Companhia afirma que L4 Capital violou acordo de confidencialidade e utilizou dados estratégicos para benefício próprio.
A Lupatech (BOV:LUPA3) informou nesta segunda-feira (25/08) que a L4 Capital Ltda. teria violado um Termo de Confidencialidade firmado em julho de 2024, utilizando informações estratégicas da companhia de forma indevida. Segundo a empresa, o documento “Laudo de Avaliação LUPA3”, divulgado recentemente, trouxe dados internos da Lupatech apresentados como se fossem planos próprios da L4 Capital.
A situação levanta preocupações sobre governança corporativa e integridade do mercado de capitais na B3 (BVMF), já que o caso envolve potencial uso de informações privilegiadas — prática que pode resultar em sanções criminais e administrativas. O episódio ainda coloca em evidência o risco de ativismo societário realizado sem transparência, com possíveis tentativas de influência direta sobre acionistas minoritários.
A Lupatech revelou que a L4 Capital inicialmente teve acesso aos dados para avaliar possíveis financiamentos de longo prazo, mas não apresentou propostas no período acordado. A companhia afirma que a L4 Capital usou indevidamente essas informações em benefício próprio, inclusive em parceria com a AvantGarde Asset Management, sociedade formada pelos mesmos sócios da L4 Capital.
A Lupatech destacou que tomará medidas legais e administrativas para proteger seus interesses, além de reforçar que negociações com base em informações privilegiadas podem resultar em punições severas no âmbito regulatório e penal.
A Lupatech S.A. é uma companhia brasileira que atua principalmente nos setores de óleo, gás e válvulas industriais. A empresa já foi uma das principais fornecedoras da Petrobras (BOV:PETR4), mas enfrenta há anos um cenário desafiador de endividamento e reestruturação. Entre seus concorrentes estão empresas de equipamentos industriais e prestadoras de serviços para o setor energético.
O episódio envolvendo a L4 Capital adiciona mais um capítulo à trajetória da Lupatech, que já vive um histórico de volatilidade e recuperação judicial. Para investidores, o caso reforça a importância de monitorar riscos ligados à governança corporativa.