Com 78,39% e 86,71% dos votos favoráveis nas AGEs, acionistas de BRF e Marfrig selam fusão histórica; nova empresa nasce com foco em valor agregado e aguarda aval do Cade
Data e hora: 06/08/2025, às 10h35
Aprovação unânime entre os acionistas e expectativa positiva no mercado marcaram a terça-feira (05/08), quando Marfrig (BOV:MRFG3) e BRF (BOV:BRFS3) aprovaram em assembleias gerais extraordinárias a fusão que dará origem à MBRF, uma nova potência do setor de alimentos listada na bolsa de valores brasileira (B3).
A nova companhia nasce com uma receita anual combinada de R$ 152 bilhões e um portfólio robusto, com 38% voltado para produtos de maior valor agregado — um diferencial que pode reposicionar as empresas no cenário global de proteínas.
A aprovação nas AGEs foi expressiva. Os acionistas da BRF aprovaram com 78,39% dos votos, enquanto na Marfrig o apoio foi ainda maior: 86,71%. O voto favorável da maioria dos minoritários fortalece a governança da operação e sinaliza confiança no processo de integração, que foi conduzido com rigor regulatório e transparência.
A partir desta quarta-feira (06/08), começa a contagem do prazo de 30 dias para o exercício do direito de recesso pelos acionistas que discordarem da operação em ambas as companhias. A conclusão definitiva da fusão, no entanto, ainda depende do aval do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), que analisará os impactos concorrenciais do negócio.
Com a combinação, a expectativa é de ganhos de sinergia operacional, expansão internacional e fortalecimento no mercado interno. O setor de alimentos listados na B3 ganha, assim, uma nova estrutura empresarial capaz de disputar posições relevantes globalmente.
No pregão da terça-feira (05/08), os papéis da Marfrig encerraram estáveis, cotados a R$ 22,09. Já as ações da BRF também fecharam no zero a zero, valendo R$ 19,35. O mercado agora aguarda os desdobramentos do processo no Cade e pode reagir mais fortemente à medida que a integração avance.
Sobre as empresas
A Marfrig é uma das maiores companhias de proteína animal do mundo, com forte presença na América do Sul e América do Norte, enquanto a BRF é referência em alimentos processados, com marcas icônicas como Sadia, Perdigão e Qualy. Ambas são listadas na B3 e concorrem com nomes como JBS e Minerva.