O Morgan Stanley (NYSE:MS) projeta que emissores brasileiros levantarão um recorde de US$ 30 bilhões em títulos globais neste ano, sustentados por um mercado internacional de dívida receptivo, mesmo diante do aumento das tarifas impostas pelos Estados Unidos, segundo apuração da Bloomberg.
Até agora, governos, empresas e bancos do Brasil já captaram US$ 22 bilhões nos mercados externos, alta de 18% sobre igual período de 2024. Cerca de 70% dessas operações foram para rolagem ou gestão de passivos, e o restante representou recursos novos.
Entre os maiores negócios do ano, o Morgan Stanley (BOV:MSBR34) participou da emissão de US$ 650 milhões em títulos globais da Embraer (BOV:EMBR3), com vencimento em 2035. Os recursos financiaram a recompra de papéis com vencimento em 2027 e 2028.
A Sabesp (BOV:SBSP3) também esteve entre as emissoras, retornando ao mercado internacional após 15 anos. Em julho, a estatal paulista captou US$ 500 milhões para ampliar sistemas de água e esgoto, melhorar a preservação ambiental e financiar obras estruturais, incluindo a interligação de barragens.
O banco norte-americano espera ainda maior movimento em fusões e aquisições, com empresas dos EUA, Europa e China buscando ativos no Brasil, especialmente nos setores de agronegócio, recursos naturais e saneamento, ou áreas onde o país combina vantagens competitivas e necessidade de investimentos.
Citando Alessandro Zema, chefe do Brasil e codiretor de banco de investimento para a América Latina no Morgan Stanley, a Bloomberg destacou o ingresso de capital estrangeiro em ações brasileiras em maio e junho.
Nesse período, fundos negociados em bolsa (ETFs) registraram entradas líquidas de US$ 506 milhões e US$ 570 milhões, respectivamente, o maior volume desde 2019.
No entanto, o mercado doméstico de dívida e ações mostra desaceleração, mesmo com a força das operações externas. Em 2025, a emissão de ações soma R$ 18,4 bilhões, queda de 28% sobre 2024, enquanto as vendas de títulos locais recuaram quase 18%, para R$ 233,7 bilhões.
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