A saída de recursos com lucros e dividendos voltou a pesar no balanço de pagamentos em julho. Segundo dados divulgados pelo Banco Central nesta terça-feira (26), a conta registrou déficit de US$ 4,713 bilhões no mês, acima do resultado negativo de US$ 3,179 bilhões no mesmo período de 2024.
O Banco Central destacou ainda que as despesas com juros externos somaram US$ 4,194 bilhões em julho, uma leve queda em relação aos US$ 4,389 bilhões observados em julho de 2024. No acumulado do ano até julho, o saldo da conta de lucros e dividendos está negativo em US$ 26,587 bilhões, enquanto os gastos com o serviço da dívida chegam a um déficit de US$ 16,923 bilhões.
No caso das viagens internacionais, também houve aumento no déficit. A conta registrou saída líquida de US$ 1,646 bilhão em julho, refletindo a diferença entre o que brasileiros gastaram fora do país e o que estrangeiros desembolsaram no Brasil. No mesmo mês de 2024, o déficit havia sido de US$ 1,227 bilhão.
De acordo com o Banco Central, os brasileiros gastaram US$ 2,342 bilhões em viagens ao exterior, enquanto os estrangeiros deixaram no Brasil apenas US$ 696 milhões. No acumulado do ano, a conta de viagens internacionais registra déficit de US$ 12,330 bilhões.
Esses números reforçam o peso que a saída de recursos com dividendos, juros e viagens exerce sobre as contas externas brasileiras. Esse movimento tende a pressionar o câmbio, uma vez que aumenta a demanda por dólar (FX:USDBRL), além de influenciar o humor dos investidores na bolsa de valores (BMF:INDFUT | BMF:WINFUT), que acompanha de perto a dinâmica das transações correntes e o equilíbrio do balanço de pagamentos.
Mesmo sem cotação direta atrelada à divulgação, o resultado das contas externas tem relevância para o mercado financeiro, já que pode impactar tanto o fluxo cambial quanto as expectativas para a política monetária, influenciando o desempenho de ativos de renda variável e de renda fixa no Brasil.
(BC)