Estatal paranaense enfrenta aumento de custos e despesas operacionais, com margens pressionadas; receita cresce 2,5%, mas também decepciona analistas

A Companhia de Saneamento do Paraná – Sanepar (BOV:SAPR11) apresentou um lucro líquido de R$ 263,8 milhões no segundo trimestre de 2025, queda de 30% em relação ao mesmo período do ano passado. O resultado ficou abaixo das projeções do mercado, refletindo o impacto do aumento de custos e despesas operacionais sobre a rentabilidade.

Apesar do crescimento de 2,5% na receita líquida, que somou R$ 1,71 bilhão, o desempenho não foi suficiente para atender às expectativas. O Ebitda recuou 17%, para R$ 536 milhões, com margem de 31,4%, pressionada por reajustes tarifários insuficientes para compensar a alta dos gastos, além de efeitos climáticos adversos sobre a operação. Esse cenário reforça os desafios que a companhia enfrenta para equilibrar investimentos, custos e demandas regulatórias.

Entre os principais fatores que pesaram no resultado estão o aumento nas despesas com energia elétrica, tratamento de água e esgoto e manutenção preventiva. Por outro lado, a ampliação da base de clientes e o crescimento no número de ligações ajudaram a sustentar parte da receita. O cenário macroeconômico, com inflação de serviços elevada e custos de insumos pressionados, também contribuiu para a deterioração das margens.

A Sanepar mantém planos de expansão da rede de saneamento e modernização dos sistemas, buscando atender às metas do marco legal do saneamento. A companhia aposta em soluções tecnológicas, parcerias público-privadas e reúso de água para reduzir perdas e ampliar a eficiência. Analistas destacam que revisões tarifárias mais robustas serão necessárias para recompor margens e sustentar o ritmo de expansão.

A Sanepar é responsável pelo fornecimento de água tratada, coleta e tratamento de esgoto em grande parte do estado do Paraná. A estatal atua no setor de saneamento básico, atendendo milhões de consumidores residenciais, comerciais e industriais, e tem como concorrentes diretas empresas como Sabesp (BOV:SBSP3) e Copasa (BOV:CSMG3).

Os resultados do 2T25 reforçam que a Sanepar terá de enfrentar um ambiente desafiador nos próximos trimestres, equilibrando investimentos, custos e pressões regulatórias. Investidores devem acompanhar de perto os próximos passos da companhia e monitorar revisões tarifárias e ganhos de eficiência.