A Tesla Inc (NASDAQ:TSLA) viu suas vendas e participação de mercado europeias despencarem drasticamente em julho, segundo dados da Associação Europeia de Fabricantes de Automóveis (ACEA) revelados na quinta-feira, mesmo com a adoção geral de veículos elétricos na região continuando a crescer.

A montadora chinesa BYD Co (USOTC:BYDDY) , incluída nos dados de vendas mensais da ACEA pela primeira vez, ultrapassou a Tesla, conquistando uma parcela maior do mercado.

De acordo com a ACEA, o total de registros de carros novos da Tesla na União Europeia, na Associação Europeia de Livre Comércio e no Reino Unido caiu 40,2% em relação ao ano anterior, para 8.837 unidades. A ACEA, que representa 15 montadoras europeias, atua como a principal organização de lobby e padronização da indústria automotiva da região.

A participação da Tesla no mercado europeu caiu de 1,4% para 0,8% no ano passado, com as vendas acumuladas de janeiro a julho caindo 33,6% em comparação com o mesmo período em 2024.

A queda ocorreu apesar do aumento de 33,6% nas vendas totais de veículos elétricos a bateria (BEV) na Europa em julho. Os BEVs agora representam cerca de 15,6% do mercado, atrás dos veículos a gasolina, com 28,3%, e dos híbridos, com 34,7%.

Os números de julho destacaram as dificuldades contínuas da Tesla na Europa, em meio à crescente concorrência de fabricantes locais e chineses. A BYD vendeu 13.503 unidades durante o mês, ultrapassando a participação de mercado da Tesla em 1,2%. A popularidade dos modelos híbridos da BYD entre compradores preocupados com os custos, combinada com o impacto limitado das altas tarifas de importação europeias sobre veículos chineses, contribuiu para o seu desempenho de vendas.

O Model Y atualizado da Tesla, lançado no início deste ano, teve efeito mínimo no aumento das vendas, enquanto os modelos elétricos europeus rivais, desenvolvidos nos últimos anos, intensificaram ainda mais a concorrência.

A reputação da Tesla na Europa enfrentou ventos contrários, impactada pelo apoio público do CEO Elon Musk ao presidente dos EUA, Donald Trump, e seus laços com um partido de extrema direita alemão, o que provocou boicotes de consumidores na Europa e nos Estados Unidos.

Musk, durante a teleconferência de resultados do segundo trimestre da Tesla no final de julho, disse que a empresa está enfrentando “alguns trimestres difíceis”, com a eliminação dos créditos fiscais para veículos elétricos dos EUA aumentando a pressão.

No entanto, Musk destacou as prioridades de crescimento de longo prazo da empresa, identificando inteligência artificial, direção autônoma e robótica como futuros impulsionadores da Tesla.

A Tesla também é negociada na B3 por meio da BDR (BOV:TSLA34).


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