Em um dos encontros mais aguardados desde o início da guerra, Donald Trump recebeu Volodymyr Zelensky e sete líderes europeus na Casa Branca. O clima, diferente da tensão de fevereiro, foi de tentativa de consenso. Trump voltou a se colocar como mediador e anunciou conversas para um futuro encontro direto entre Putin e o presidente ucraniano.

Zelensky adotou tom conciliador e até mudou a forma de se apresentar: deixou o uniforme militar e usou blazer, sinalizando disposição ao diálogo. O ucraniano iniciou agradecendo os esforços dos EUA, destacando até a carta de Melania Trump enviada a Putin em defesa das crianças ucranianas.

A pauta central, no entanto, segue espinhosa: Putin exige manter territórios já ocupados, incluindo Crimeia, Donetsk e Luhansk. Trump indicou que será inevitável discutir concessões, algo que Kiev ainda resiste em aceitar. Zelensky respondeu de forma evasiva ao ser questionado sobre abrir mão de territórios, mas reforçou apoio à diplomacia.

Um bastidor curioso chamou atenção: Trump foi flagrado por um microfone dizendo a Macron que Putin “quer fazer um acordo por mim”. Para o republicano, encerrar a guerra significaria transformar promessa de campanha em triunfo diplomático.

Enquanto Trump defende um acordo definitivo, europeus como Macron e Merz pediram cessar-fogo imediato. Já Giorgia Meloni alertou que qualquer negociação deve garantir que a Rússia não volte a atacar no futuro, condição essencial para paz.

Trump afirmou que Putin aceitou a ideia de garantias de segurança semelhantes às da Otan, o que animou os aliados. Para Zelensky, só a combinação de exército forte e apoio internacional pode impedir novas ofensivas.

No fim do encontro, Trump revelou ter falado por 40 minutos com Putin e anunciou que já prepara uma reunião entre o russo e Zelensky. Se concretizado, será o primeiro passo real para um acordo desde o início da invasão.

Zelensky classificou a reunião como “a melhor até agora” e disse estar pronto para conversar com Putin “sem exigências prévias”. Resta saber se o encontro que Trump promete conseguirá transformar promessas em paz duradoura.