Decisão da AGE mantém quantidade total de ações inalterada; valor por ação será de R$ 1,25, pago até dezembro, reforçando disciplina financeira e foco em geração de caixa
A Alpargatas (BOV:ALPA4) anunciou que seus acionistas aprovaram, em assembleia geral extraordinária (AGE) realizada na quarta-feira (10/09), a redução de capital social no montante de R$ 850 milhões, com devolução de recursos diretamente aos investidores. O movimento não altera o número de ações em circulação nem a participação acionária dos sócios.
Com essa decisão, o capital social da companhia será reduzido de R$ 3,94 bilhões para R$ 3,09 bilhões, após transcorrido o prazo legal de 60 dias para oposição de credores, que se encerra em 11 de novembro de 2025. A devolução será realizada em moeda corrente nacional, no valor de R$ 1,25 por ação ordinária ou preferencial, já ajustado para desconsiderar papéis em tesouraria. O pagamento está previsto até 10 de dezembro de 2025.
Segundo a Alpargatas, a medida reflete maior confiança na retomada consistente da geração de caixa, reforça a disciplina financeira e aprimora a alocação de capital. A data-base para ter direito à restituição será o quinto dia útil após o encerramento do prazo de oposição de credores, ou seja, em 18 de novembro de 2025. A partir de 19 de novembro, os papéis passarão a ser negociados ex-direitos.
No pregão de quarta-feira (10/09), os papéis da Alpargatas (ALPA4) encerraram estáveis, cotados a R$ 10,12, com máxima de R$ 10,56 nas últimas 52 semanas e mínima de R$ 5,96. A notícia sobre a redução de capital tende a atrair atenção do mercado na reabertura desta sexta-feira (12/09), já que investidores avaliam o impacto da restituição de recursos em meio ao cenário competitivo do setor de calçados.
Fundada em 1907, a Alpargatas é uma das principais empresas do setor têxtil e calçadista da bolsa de valores brasileira, com marcas globais como Havaianas, Mizuno e Osklen. A companhia concorre diretamente com players nacionais e internacionais e tem forte presença tanto no mercado interno quanto externo.
Para o investidor que acompanha a B3, a decisão da Alpargatas reforça a importância da gestão de capital em momentos de maior seletividade no consumo.