As projeções de mercado para a inflação em 2025 registraram nova queda, marcando a décima quarta semana consecutiva de recuo, de acordo com o Relatório Focus divulgado pelo Banco Central nesta segunda-feira (01/09). A estimativa para o IPCA no próximo ano passou de 4,86% para 4,85%.

O movimento de revisão também atingiu o câmbio, com a mediana para 2025 recuando de R$ 5,59 para R$ 5,56. Já no caso do Produto Interno Bruto (PIB), houve leve melhora: a projeção subiu de 2,18% para 2,19%.

Inflação

A expectativa para o IPCA de 2026 caiu de 4,33% para 4,31%, enquanto a de 2027 recuou de 3,97% para 3,94%. Para 2028, a estimativa foi mantida em 3,80%. No IGP-M, a projeção para 2025 avançou de 1,04% para 1,14%, mas para 2026 houve recuo de 4,27% para 4,23%. As previsões para 2027 e 2028 ficaram em 4% e 3,98%, respectivamente.

No caso dos preços administrados dentro do IPCA, a mediana para 2025 caiu de 4,70% para 4,68%. Para 2026 e 2027, as expectativas se mantiveram em 4,00%. Já em 2028, houve ajuste de 3,65% para 3,69%.

Câmbio

Além do ajuste em 2025, as projeções para os anos seguintes também foram revisadas. Para 2026, a estimativa recuou de R$ 5,64 para R$ 5,62, mesmo patamar projetado para 2027, que antes estava em R$ 5,63. Para 2028, a expectativa permanece em R$ 5,60.

PIB

O crescimento do PIB projetado para 2026 avançou de 1,86% para 1,87%. Para 2027, a projeção subiu de 1,87% para 1,89%. Já em 2028, a mediana permanece estável em 2% há 77 semanas consecutivas, demonstrando uma visão consolidada do mercado para o longo prazo.

Selic

As projeções para a taxa básica de juros não sofreram alterações relevantes. Para 2026, a expectativa segue em 12,50%, para 2027 em 10,50% e para 2028 em 10%, nível que se mantém inalterado há 36 semanas.

Impactos no mercado financeiro

A revisão para baixo da inflação reforça a percepção de que o Banco Central pode estar no caminho de consolidar um cenário de estabilidade no médio prazo. A queda das projeções do câmbio também sugere maior confiança na trajetória fiscal e monetária, o que tende a reduzir pressões sobre ativos de renda fixa e câmbio. Já o leve avanço do PIB, embora tímido, pode sustentar algum otimismo adicional em setores mais sensíveis ao crescimento econômico.

Relevância no cenário atual

Apesar da revisão positiva para alguns indicadores, o cenário ainda exige cautela dos investidores. A estabilidade projetada para a Selic indica que o custo de capital deve seguir elevado por mais tempo, o que pode limitar a atratividade de setores mais alavancados da bolsa de valores. No contexto atual, os dados do Relatório Focus reforçam que a combinação de inflação em queda e PIB em alta, mesmo que marginal, pode sustentar uma visão mais construtiva para o mercado financeiro brasileiro nos próximos meses.

(BC)