O Índice de Confiança do Comércio (ICOM), medido pelo FGV IBRE, registrou alta de 1,6 ponto em setembro, alcançando 84,7 pontos, após duas quedas consecutivas. Apesar do avanço, a média móvel trimestral ainda recuou 1,5 ponto, ficando em 85,0 pontos.

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“Após dois meses de queda, a confiança do comércio subiu em setembro. No entanto, a alta não representou uma reversão do pessimismo, mas sim uma estabilização em patamar baixo. A deterioração anterior foi puxada principalmente pelas expectativas, que seguem em zona de pessimismo, indicando grande incerteza sobre o ritmo da atividade do varejo nos próximos meses. O momento favorável, de baixo desemprego e renda familiar em alta, não se traduz em otimismo para o setor. Isso ocorre porque os juros altos e o endividamento elevado limitam o consumo, impactando negativamente as expectativas para os últimos meses de 2025”, afirma Geórgia Veloso, economista do FGV IBRE.

Em setembro, cinco dos seis principais segmentos do setor registraram melhora, com influência tanto das avaliações sobre a situação atual quanto das projeções futuras. O Índice de Situação Atual (ISA-COM) subiu 1,7 ponto, para 88,2 pontos, interrompendo três quedas seguidas. Dentro dele, a avaliação sobre os negócios avançou 1,1 ponto, para 86,3 pontos, e o indicador que mede a percepção sobre o volume de demanda atual cresceu 2,1 pontos, para 90,2 pontos.

Já o Índice de Expectativas (IE-COM) também teve alta de 1,7 ponto, chegando a 82,0 pontos. As perspectivas de vendas para os próximos três meses subiram levemente, 0,2 ponto, para 79,5 pontos, enquanto a tendência dos negócios para os próximos seis meses apresentou avanço mais expressivo de 3,0 pontos, para 85,1 pontos.

No mercado financeiro, a leitura de setembro tende a ser interpretada como um sinal de estabilidade parcial, mas ainda insuficiente para mudar a percepção negativa sobre o varejo. A persistência de juros elevados e do endividamento das famílias pode manter pressão sobre ações ligadas ao setor de consumo listadas na bolsa de valores, além de limitar a recuperação da confiança.

Mesmo sem impacto imediato na cotação de ativos específicos, os números reforçam a percepção de um varejo que enfrenta limitações estruturais. Para investidores, esse cenário indica cautela em relação a papéis de empresas de comércio e consumo, que podem continuar reagindo de forma volátil diante da expectativa de política monetária e comportamento da renda das famílias.

 

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