O Índice de Confiança do Empresário do Comércio (Icec) de São Paulo registrou queda de 3% em agosto frente a julho, atingindo 99,8 pontos, segundo levantamento da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP). O resultado, abaixo da linha dos 100 pontos, marca um retorno ao campo do pessimismo após três meses consecutivos de melhora na percepção dos empresários.
A retração foi puxada principalmente pelo Índice de Expectativas do Empresário, que caiu 4,1% no período, para 123,2 pontos. Já o Índice das Condições Atuais recuou 3,2%, ficando em 73,9 pontos e completando 30 meses seguidos abaixo do nível de otimismo. O Índice de Investimento também registrou retração de 1,4%, alcançando 102,3 pontos.
A FecomercioSP destacou que a piora no sentimento empresarial está diretamente ligada ao ambiente macroeconômico. O patamar elevado dos juros, as incertezas sobre aumento da carga tributária e a ausência de cortes de gastos por parte do governo têm pesado sobre as perspectivas do setor.
“Apesar de o segundo semestre ser tradicionalmente o melhor período para vendas no setor, o cenário é de desconfiança e preocupação diante da desaceleração da atividade econômica”, disse a FecomercioSP em nota.
Outro ponto de atenção é o recuo no apetite dos empresários para ampliar seus negócios. O índice que mede essa intenção caiu 1,9% em agosto, para 105,7 pontos, após ter alcançado em julho o maior nível desde janeiro.
“O indicador vinha se beneficiando de datas comemorativas, mas voltou a cair, influenciado principalmente pela diminuição da intenção de contratação”, afirmou a FecomercioSP.
A retração também foi percebida no Índice de Expectativa para Contratação de Funcionários (ECF), que caiu 3,1%, chegando a 114,7 pontos. O Índice de Nível de Investimento das Empresas (NIE) recuou levemente 0,4%, marcando 96,7 pontos em agosto.
No cenário atual, os números reforçam que o setor comercial segue cauteloso. A confiança abaixo da linha dos 100 pontos sugere que os empresários enxergam dificuldades em manter o ritmo de expansão, o que pode impactar tanto os preços das ações de empresas ligadas ao varejo na bolsa de valores (B3) quanto a dinâmica de crédito e consumo no curto prazo.
Embora o índice esteja novamente em terreno de pessimismo, o resultado ganha relevância ao sinalizar como o comércio pode reagir nos próximos meses. Para o mercado financeiro, a queda do Icec adiciona um ponto de atenção ao desempenho futuro da bolsa de valores, do câmbio e da curva de juros, já que o comércio é um setor diretamente ligado ao consumo e à atividade econômica.
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