O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central iniciou nesta terça-feira (16/09) a sua reunião de dois dias, que segue até quarta-feira (17/09), para decidir o futuro da taxa Selic, referência básica de juros da economia brasileira. O encontro, realizado a cada 45 dias, ocorre em um momento de pressão inflacionária e incertezas no cenário global.
De acordo com o BC, a reunião do Copom segue um “processo que procura embasar da melhor forma possível a sua decisão”. Durante o encontro, diretores e o presidente da instituição analisam apresentações técnicas com dados sobre a economia brasileira e mundial, condições de liquidez e comportamento dos mercados.
“As decisões do Copom são tomadas visando que a inflação medida pelo IPCA [Índice de Preços ao Consumidor Amplo] situe-se em linha com a meta definida pelo CMN [Conselho Monetário Nacional”, explica o BC.
A autoridade monetária destaca ainda que, após a definição da Selic, atua diariamente por meio de operações de mercado aberto – comprando e vendendo títulos públicos federais – para manter a taxa de juros próxima ao valor estabelecido. “Uma vez definida a taxa Selic, o BC atua diariamente por meio de operações de mercado aberto – comprando e vendendo títulos públicos federais – para manter a taxa de juros próxima ao valor definido na reunião”, explica, em sua página na internet, a instituição.
As atas do Copom são divulgadas em até quatro dias úteis após a decisão, detalhando os votos de cada membro. O impacto da Selic é direto sobre crédito, consumo e investimento: juros mais altos encarecem o financiamento e estimulam a poupança, freando a economia; já cortes na taxa incentivam o consumo e a produção, mas podem enfraquecer o controle da inflação.
Na reunião anterior, nos dias 29 e 30 de julho, o Copom interrompeu o ciclo de alta da taxa de juros, mantendo a Selic em 15% ao ano. A justificativa foi o ambiente internacional mais adverso, marcado por políticas fiscais e comerciais do governo norte-americano.
Impactos esperados no mercado
A decisão do Copom pode gerar forte repercussão nos preços dos contratos futuros de juros negociados no mercado BMF (BMF:DI1FUT), além de influenciar diretamente o desempenho do contrato futuro de Ibovespa (BMF:INDFUT | BMF:WINFUT) e do contrato futuro de dólar (BMF:DOLFUT | BMF:WDOFUT). Uma eventual manutenção da taxa pode trazer alívio momentâneo aos ativos de risco, enquanto um movimento de alta pode pressionar a bolsa de valores e fortalecer o real no curto prazo.
Independentemente da decisão desta semana, o debate sobre o rumo da Selic segue central para investidores. Com a inflação ainda acima da meta e o cenário internacional desafiador, a expectativa em torno da reunião do Copom reforça a cautela nos mercados de ações, câmbio e títulos públicos, influenciando diretamente o humor dos investidores e a precificação dos ativos financeiros.
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