O Eurogrupo confirmou nesta sexta-feira (19/09) um passo decisivo no desenho institucional do euro digital. Em comunicado, os ministros anunciaram um consenso sobre o teto de detenção e sobre os limites para a emissão da moeda digital, consolidando a base para a próxima etapa do projeto. O presidente do colegiado, Paschal Donohoe, avaliou que o acordo sobre a governança “sinaliza a determinação coletiva” em levar o projeto adiante e reforçou que “assegurar um futuro digital para a nossa moeda é essencial para o euro”.

Donohoe ressaltou que as discussões buscaram garantir equilíbrio entre os diferentes atores envolvidos, respeitando os mandatos institucionais já existentes. Ele também pontuou que há “consciência pública e necessidade de confiança em relação ao projeto”, destacando a importância de um processo cuidadoso e transparente.

O texto aprovado segue agora para o Conselho, responsável por avançar na redação legal. Paralelamente, os ministros deram luz verde ao programa de trabalho do grupo até meados de 2026, que prioriza a coordenação orçamentária, a integração dos mercados de capitais, a união bancária e o fortalecimento do papel internacional do euro.

De acordo com Donohoe, o novo plano reflete “a força e o impacto das decisões coletivas” do bloco.

No mercado financeiro, a criação do euro digital pode ter impacto relevante sobre os fluxos de liquidez e na atratividade da moeda comum frente a outras divisas globais, como o dólar norte-americano (FX:USDBRL), além de influenciar estratégias de política monetária do Banco Central Europeu. Investidores acompanham de perto o projeto, que pode redefinir a dinâmica de câmbio, títulos soberanos e ações ligadas ao setor financeiro europeu.

No contexto atual, a notícia reforça a percepção de que a União Europeia está disposta a acelerar a digitalização de sua moeda, em um movimento estratégico que fortalece o euro frente às incertezas globais e amplia sua competitividade no cenário internacional.

 

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