O Brasil iniciou setembro com fluxo cambial positivo de US$ 277 milhões até o dia 5, segundo dados preliminares divulgados nesta quarta-feira (10/09) pelo Banco Central (BC). O resultado contrasta com agosto, quando o saldo foi negativo em US$ 2,063 bilhões.

No canal financeiro, que engloba investimentos estrangeiros diretos e em carteira, remessas de lucros e pagamento de juros, houve saída líquida de US$ 466 milhões, reflexo de compras de US$ 10,469 bilhões contra vendas de US$ 10,934 bilhões. Já o comércio exterior garantiu um alívio, registrando superávit de US$ 743 milhões. Nesse segmento, as exportações somaram US$ 4,754 bilhões, enquanto as importações ficaram em US$ 4,011 bilhões. Entre as exportações, destacam-se US$ 614 milhões em Adiantamento de Contrato de Câmbio (ACC), US$ 1,119 bilhão em Pagamento Antecipado (PA) e US$ 3,022 bilhões em outras operações.

No acumulado de 2025 até 5 de setembro, o fluxo cambial segue no campo negativo, totalizando US$ 16,627 bilhões. Esse resultado é fortemente influenciado pelo canal financeiro, que apresentou saídas líquidas de US$ 53,480 bilhões. Em contrapartida, o canal comercial permanece robusto, com superávit de US$ 36,853 bilhões no ano.

Os dados revelam que, apesar da recuperação no início de setembro, a pressão do canal financeiro continua a pesar no saldo cambial brasileiro. Esse movimento pode refletir tanto a saída de capital estrangeiro da bolsa de valores quanto o aumento das remessas de lucros e dividendos, fatores que mantêm o real sensível à dinâmica internacional de juros e investimentos.

Atualmente, o dólar à vista (BMF:DOLFUT | BMF:WDOFUT | FX:USDBRL) apresenta forte volatilidade, reagindo diretamente aos números do Banco Central. A retomada parcial do fluxo positivo em setembro surge como um fator de alívio momentâneo, mas ainda insuficiente para inverter a tendência negativa acumulada no ano, o que reforça a atenção dos investidores sobre o câmbio.

Siga-nos nas redes sociais