Em resposta à medida cautelar do Assaí (ASAI3), o GPA (PCAR3) afirmou cumprir integralmente o contrato firmado em 2020 e disse que ainda não foi formalmente citado no processo. Investidores acompanham de perto os desdobramentos jurídicos que podem impactar as ações na B3.
O Grupo Pão de Açúcar (BOV:PCAR3) veio a público nesta quinta-feira (25/09) para rebater a medida cautelar ajuizada pelo Assaí (BOV:ASAI3), que busca responsabilizar o GPA por eventuais contingências tributárias estimadas em R$ 36 milhões. Em fato relevante, a companhia destacou que segue cumprindo integralmente as obrigações previstas no Contrato de Separação firmado em 2020, além de afirmar que ainda não foi formalmente citada no processo.
A disputa ocorre em meio à reorganização societária entre GPA e Assaí, marcada pela separação dos negócios em 2020. O imbróglio jurídico se soma às pressões do setor varejista, que já enfrenta margens apertadas diante da concorrência acirrada e da desaceleração do consumo. Para os investidores, o episódio adiciona incerteza sobre o futuro financeiro das duas redes, especialmente em relação ao impacto de eventuais responsabilidades tributárias.
O Assaí informou que pediu à Justiça que as ações do GPA detidas, direta ou indiretamente, pelo Casino, fiquem indisponíveis para venda até que a questão seja resolvida. Como alternativa, a rede de atacarejo propôs depósito judicial para cobrir possíveis despesas, decorrentes de um Procedimento Administrativo de Reconhecimento de Responsabilidade (PARR), instaurado pela Receita Federal e pela Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional.
Segundo o GPA, qualquer medida adotada pelo Assaí será acompanhada de perto e a companhia garantiu que irá adotar todas as providências necessárias para resguardar seus interesses, mantendo o compromisso com seus acionistas e com o mercado.
Na B3, as ações do GPA (PCAR3) encerraram o pregão de quarta-feira (24/09) estáveis, cotadas a R$ 4,34, sem variação em relação ao fechamento anterior. No acumulado das últimas 52 semanas, os papéis oscilaram entre R$ 2,18 e R$ 4,95. A expectativa é de que os investidores passem a precificar os desdobramentos jurídicos do caso a partir da reabertura do mercado na sexta-feira (26/09).
O GPA (PCAR3), também conhecido como Grupo Pão de Açúcar, é uma das maiores companhias de varejo alimentar da América Latina. Atua por meio de redes como Pão de Açúcar e Extra, competindo diretamente com Assaí, Carrefour (BOV:CRFB3) e outras varejistas de peso no setor. A empresa passou por uma profunda reestruturação após a cisão com o Assaí em 2020.
A batalha judicial entre GPA e Assaí promete movimentar o mercado nos próximos dias, colocando em jogo não apenas questões tributárias, mas também a confiança dos investidores. Para quem acompanha de perto o setor varejista na B3, a disputa pode representar tanto risco quanto oportunidade.