O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) iniciou setembro em terreno positivo, registrando alta de 0,32% na primeira prévia do mês, segundo dados divulgados nesta quarta-feira (10/09) pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre). O resultado mostra um leve arrefecimento em relação ao mês anterior, quando o indicador havia subido 0,36%. Já na primeira prévia de agosto, a variação havia sido de 0,38%.
O principal motor da aceleração veio do Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA-M), que responde por 60% da composição do IGP-M. O índice subiu 0,49% nesta leitura, após avanço de 0,39% no mesmo período do mês anterior. Em contrapartida, o Índice de Preços ao Consumidor (IPC-M), com peso de 30% na formação do IGP-M, apresentou queda de 0,25%, revertendo a alta de 0,21% registrada na primeira prévia de agosto.
Já o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC-M), responsável por 10% da estrutura do indicador, avançou 0,25% na primeira prévia de setembro, em comparação com a alta mais expressiva de 0,62% no início de agosto.
No curto prazo, esse desempenho do IGP-M pode gerar expectativas mistas no mercado financeiro. Por um lado, o avanço do IPA-M indica pressão de custos no atacado, que pode refletir sobre margens de empresas e futuros repasses à inflação ao consumidor. Por outro, a queda do IPC-M sugere alívio no bolso das famílias, o que pode ser interpretado como fator positivo para o consumo e para setores mais dependentes da renda disponível.
Mesmo sem impacto direto em ações específicas, o movimento do IGP-M é monitorado de perto pelo mercado de câmbio e de títulos públicos, já que o índice é referência para o reajuste de diversos contratos, incluindo aluguéis. Uma alta mais persistente pode ampliar expectativas inflacionárias e influenciar a curva de juros futuros negociada no mercado BMF, que por sua vez baliza a renda fixa e o apetite por ativos de risco.
No cenário atual, a leitura da prévia do IGP-M reforça a atenção de investidores em bolsa de valores, câmbio e renda fixa. Embora a variação tenha sido modesta, ela mantém o debate sobre a trajetória da inflação no Brasil, em um momento em que o Banco Central ajusta sua comunicação sobre os próximos passos da política monetária.
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