O mercado imobiliário norte-americano mostrou novos sinais de desaceleração em agosto. Segundo dados divulgados nesta terça-feira pelo United States Census Bureau, o início da construção de moradias totalizou 1.307.000 unidades, queda de 8,5% em relação a julho e de 6% na comparação anual. Dentro desse grupo, as construções de moradias unifamiliares somaram 890.000, recuo de 7% frente ao mês anterior.

As licenças de construção, que servem como termômetro para a atividade futura do setor, também apresentaram retração. Em agosto, foram registradas 1.312.000 licenças, representando queda de 3,7% em relação a julho e de 11,1% em comparação a agosto de 2024. As autorizações para moradias unifamiliares recuaram 2,2% no mês, totalizando 856.000.

Já as conclusões de moradias tiveram um comportamento distinto, somando 1.608.000 unidades em agosto. O número representa alta de 8,4% frente a julho, mas ainda mostra recuo de 8,4% em relação ao mesmo mês do ano anterior. No segmento de residências unifamiliares, houve avanço de 6,7% no mês, chegando a 1.090.000 unidades.

A queda nos novos inícios e nas licenças pode pressionar empresas do setor de construção e incorporadoras listadas nas bolsas norte-americanas, já que os números sinalizam menor demanda futura. Por outro lado, o avanço nas conclusões indica que projetos em andamento estão sendo finalizados, o que pode manter algum fôlego para o setor de materiais de construção.

No mercado financeiro, os dados tendem a influenciar as expectativas sobre crescimento econômico e política monetária nos Estados Unidos. Uma desaceleração consistente no setor imobiliário pode abrir espaço para ajustes nos rendimentos dos Treasuries, movimentar o câmbio do Dólar norte-americano (FX:USDBRL) e gerar impactos nos índices de ações como Dow Jones (DOWI:DJI), S&P 500 (SPI:SP500) e Nasdaq Composite (NASDAQI:COMPX).

Embora não haja uma cotação específica anexada ao relatório, a relevância desses dados é significativa, pois o setor imobiliário funciona como um termômetro da economia norte-americana. Os investidores seguem atentos ao impacto desses números sobre os preços dos ativos, especialmente diante do cenário de juros elevados no país.

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