O grupo português de engenharia Mota-Engil (EU:EGL) anunciou nesta terça-feira (09/09) que destinará cerca de R$2 bilhões para a construção do primeiro túnel imerso da América Latina, ligando as cidades litorâneas de Santos e Guarujá, em São Paulo. A iniciativa acontece após a empresa vencer o leilão para uma concessão de 30 anos do projeto.
De acordo com comunicado oficial, o investimento total no túnel será de aproximadamente R$8 bilhões. Desse montante, até R$5,8 bilhões serão provenientes de recursos públicos, divididos igualmente entre o governo federal e o governo do Estado de São Paulo. O valor restante será custeado pela própria Mota-Engil.
A subsidiária Mota-Engil Latam Portugal foi a responsável pela vitória no leilão realizado na sexta-feira (05/09), apresentando uma proposta com desconto de 0,5% sobre a contraprestação pública anual de R$438 milhões.
Apesar da vitória, a empresa destacou que esta é apenas a primeira etapa do processo, já que a assinatura do contrato está prevista para ocorrer até o final deste ano.
O túnel Santos-Guarujá terá 1,5 quilômetro de extensão, sendo 870 metros submersos. O projeto promete agilizar a mobilidade entre as duas cidades, atualmente dependentes de uma ligação rodoviária de 40 quilômetros ou do serviço de balsas.
A infraestrutura contará com seis pistas para veículos, ciclovia, passagem para pedestres e espaço reservado para uma futura linha de veículo leve sobre trilhos (VLT).
No mercado financeiro, o anúncio de um projeto dessa magnitude tende a reforçar a percepção de solidez da Mota-Engil, já que envolve participação conjunta de capital público e privado. Isso pode gerar expectativas positivas sobre o desempenho futuro das ações da empresa, ainda que o risco de execução e o cronograma de obras sejam pontos de atenção.
Atualmente, o mercado avalia o impacto de projetos de infraestrutura como este dentro de um cenário de busca por investimentos de longo prazo no Brasil. O avanço do túnel Santos-Guarujá reforça a importância da parceria público-privada como vetor de desenvolvimento e poderá influenciar positivamente o apetite de investidores no setor.
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