A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) divulgou nesta terça-feira (23/09) um relatório em que revisa para cima a projeção de crescimento da economia mundial em 2025. Segundo a entidade, a atividade global mostrou resiliência maior do que o esperado na primeira metade do ano, sobretudo nas economias emergentes, que anteciparam movimentos diante da perspectiva de tarifas mais altas.

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Nos Estados Unidos, os investimentos em inteligência artificial sustentaram a expansão, enquanto na China o suporte fiscal compensou a fraqueza no setor imobiliário e os desafios do comércio internacional. De acordo com a OCDE, “Os efeitos completos dos aumentos tarifários ainda não foram sentidos – com muitas mudanças sendo implementadas ao longo do tempo e as empresas inicialmente absorvendo algumas taxas através das margens -, mas estão se tornando cada vez mais visíveis nas escolhas de gastos, mercados de trabalho e preços ao consumidor”.

A organização estima que o Produto Interno Bruto (PIB) global passará de um crescimento de 3,3% em 2024 para 3,2% em 2025, número 0,3 ponto percentual acima da projeção anterior, e desacelerará para 2,9% em 2026, quando o peso das tarifas e da incerteza sobre o comércio devem ser mais evidentes.

Nos EUA, a previsão é de que o PIB recue de 2,8% em 2024 para 1,8% em 2025, ainda assim 0,2 p.p. acima da análise de junho. O relatório destaca que os investimentos em tecnologia têm atenuado os efeitos das tarifas mais altas e da menor imigração líquida. Já a zona do euro deve registrar crescimento de 1,2% em 2025, ligeiramente acima da estimativa anterior, mas com desaceleração em 2026 para 1,0%. Para a China, a revisão também foi positiva: crescimento de 4,9% em 2025 e 4,4% em 2026, com a expectativa de que os estímulos fiscais percam força ao longo do tempo.

Em relação à inflação, a OCDE prevê recuo gradual na maioria das economias do G20, com a taxa global projetada para cair de 3,4% em 2025 para 2,9% em 2026 — ambas revisadas para baixo em comparação ao relatório de junho.

No mercado financeiro, a sinalização de maior resiliência econômica global pode sustentar um ambiente de maior apetite por risco no curto prazo, com reflexos positivos para bolsas de valores, enquanto as expectativas de inflação em queda podem pressionar os rendimentos dos títulos públicos. No câmbio, as projeções podem influenciar ajustes nas paridades envolvendo o dólar norte-americano (FX:USDBRL), à medida que investidores avaliam os próximos passos da política monetária internacional.

A divulgação deste relatório da OCDE chega em um momento em que os mercados globais estão atentos ao impacto das tarifas e às condições fiscais das grandes economias, reforçando a importância das projeções para calibrar expectativas sobre ativos de risco e fluxos de capital nos próximos meses.

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