Os preços do ouro atingiram novos recordes nas negociações asiáticas na terça-feira, 23 de setembro de 2025, impulsionados pela demanda por ativos de refúgio, já que comentários recentes de autoridades do Federal Reserve geraram cautela sobre possíveis cortes nas taxas de juros.

Os investidores estão acompanhando de perto uma série de divulgações econômicas dos EUA esta semana, incluindo um discurso importante do presidente do Fed, Jerome Powell, ainda hoje. Os dados do PMI de agosto também devem ser divulgados, juntamente com um relatório de inflação que deve ser o destaque da semana.

A incerteza do mercado aumentou após o presidente dos EUA, Donald Trump, anunciar taxas elevadas para um visto de trabalho amplamente utilizado. Os comentários polêmicos de Trump sobre vacinas, autismo e um analgésico popular na segunda-feira abalaram ainda mais as ações farmacêuticas.

O sentimento de aversão ao risco nas ações, principalmente na Ásia, deu suporte ao ouro. As ações chinesas recuaram acentuadamente na terça-feira, após uma forte alta no mês passado.

O ouro à vista atingiu US$ 3.759,18 por onça, estabelecendo um novo recorde, enquanto os futuros do ouro atingiram o pico de US$ 3.794,82/onça.

Autoridades do Fed expressam cautela sobre novos cortes nas taxas

Vários membros do Fed sinalizaram moderação em relação a reduções adicionais nas taxas na segunda-feira. O presidente do Fed de Atlanta, Raphael Bostic, observou em uma entrevista que não apoiava um corte em outubro devido a preocupações persistentes com a inflação.

A presidente do Fed de Cleveland, Beth Hammack, compartilhou opiniões semelhantes, afirmando que a política monetária atual não era restritiva o suficiente. Nenhuma das duas atua no conselho de definição de taxas do Fed.

O recém-nomeado membro do conselho, Stephen Miran, manteve seus apelos por cortes maiores nas taxas de juros, ecoando amplamente a opinião de Trump. Miran foi o único dissidente na recente reunião do Fed, defendendo um corte de 50 pontos-base em vez dos 25 pontos-base implementados.

Powell enfatizou na semana passada que o corte recente foi motivado principalmente por preocupações com a desaceleração do mercado de trabalho, sinalizando que o Fed consideraria uma flexibilização adicional caso a fraqueza do mercado de trabalho persista. Ele também destacou as preocupações contínuas com a inflação, especialmente à luz das tarifas de Trump. O discurso de Powell está agendado para 13h35 (horário de Brasília).

Outros metais preciosos apresentaram leve alta após o corte do Fed na semana passada. A platina à vista subiu 0,3%, para US$ 1.421,05/onça, e a prata à vista, 0,2%, para US$ 44,313/onça. Os metais industriais apresentaram queda: os contratos futuros de cobre na LME recuaram 0,3%, para US$ 9.975,05 por tonelada, e o cobre na COMEX recuou 0,5%, para US$ 4,6275 por libra.

Mercados aguardam dados dos PMIs dos EUA e da inflação do PCE

Os dados do PMI dos EUA para setembro, divulgados ainda na terça-feira, devem mostrar uma expansão um pouco mais lenta tanto na indústria quanto nos serviços, levantando preocupações sobre uma economia em desaceleração.

O índice de preços PCE de sexta-feira, a medida de inflação preferida do Fed, será o principal evento da semana. Analistas preveem que a inflação subjacente do PCE permaneceu acima da meta anual de 2% do Fed em agosto, sinalizando pressões inflacionárias persistentes.

Antes da divulgação do PCE, os mercados também analisarão a leitura final do PIB do segundo trimestre. Os números preliminares sugeriram um crescimento mais forte do que o esperado no segundo trimestre, apesar dos obstáculos impostos pelas tarifas.


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