Estatal mira “neutralidade da dívida” já em 2026, com possível redução de até US$ 3 bilhões em projetos; analistas veem impacto positivo para dividendos e reprecificação das ações da Petrobras na B3.

A Petrobras (BOV:PETR4) estuda rever sua carteira de investimentos para 2026, com a meta ambiciosa de alcançar a chamada “neutralidade da dívida” já no próximo ano, segundo informações divulgadas pelo Valor Econômico. A estratégia passa por cortes relevantes em projetos de plataformas e refinarias, abrindo espaço para manter os dividendos e fortalecer a disciplina de capital.

De acordo com o Itaú BBA, a estatal pode reduzir em até US$ 3 bilhões seu orçamento de 2026, atualmente projetado em US$ 19,6 bilhões, adiando projetos não sancionados como o SEAP 2, a revitalização da Bacia de Campos, o Complexo Boaventura e a planta de fertilizantes UFN-III. A medida permitiria equilibrar geração de caixa e pagamento de proventos, sem ampliar a dívida bruta.

A Genial Investimentos avalia que o verdadeiro ganho da Petrobras não está apenas no corte imediato de custos, mas na redução da percepção de risco e na disciplina de capital que a estratégia sinaliza. A corretora acredita que, caso a política seja efetivamente implementada, o mercado pode reprecificar o papel, reduzindo o desconto em relação a pares internacionais.

O planejamento estratégico 2026-2030, previsto para novembro, será determinante para confirmar a nova orientação de investimentos e dividendos. Analistas ressaltam que, às vésperas das eleições presidenciais de 2026, aumentam as incertezas sobre possíveis pressões políticas no direcionamento da companhia.

No pregão desta quarta-feira (10/09), as ações da Petrobras (PETR4) eram negociadas a R$ 31,39, em alta de 1,42%, com volume superior a 19,8 milhões de papéis. O papel abriu o dia a R$ 30,96, oscilou entre a mínima de R$ 30,92 e a máxima de R$ 31,48. O movimento reflete o otimismo dos investidores com a possibilidade de maior previsibilidade de dividendos.

A Petrobras é a maior companhia de energia da América Latina, com atuação em exploração e produção de petróleo, gás e energia renovável. Seus principais concorrentes no setor de óleo e gás incluem Shell, Chevron e ExxonMobil, além de estatais como a norueguesa Equinor.

Para o investidor que acompanha de perto o setor de petróleo, vale monitorar os próximos passos da estatal.