Autoridade de defesa da concorrência uruguaia veta mais uma vez a venda de três unidades da MBRF para a Minerva (BEEF3), em transação avaliada em R$ 675 milhões, e papéis das duas companhias caem na bolsa de valores.

A processadora e exportadora de carne bovina Minerva (BOV:BEEF3) informou nesta quinta-feira (25/09) que a autoridade de defesa da concorrência do Uruguai rejeitou novamente a proposta de compra de três fábricas da rival MBRF Global Foods (BOV:MBRF3), localizadas em San José, Salto e Colonia. O negócio, avaliado em R$ 675 milhões, fazia parte de uma operação maior de R$ 7,5 bilhões, na qual a Minerva pretendia adquirir 16 unidades da Marfrig (hoje MBRF) na América do Sul.

A negativa do órgão antitruste uruguaio adiciona mais incerteza à estratégia de expansão da Minerva, que buscava ampliar sua presença na região. Do outro lado, a MBRF (MBRF3) já havia informado que o contrato com a controlada Athn Foods teria sido encerrado, uma vez que o prazo de 24 meses previsto para conclusão havia expirado.

Em fato relevante, a Minerva não detalhou os próximos passos após a nova negativa, e preferiu não comentar o desdobramento da decisão. O impasse reforça a tensão entre as companhias, que já haviam trocado comunicados públicos no final de agosto demonstrando discordâncias contratuais.

No pregão desta quinta-feira (25/09), as ações da Minerva (BEEF3) caíam 1,84%, cotadas a R$ 6,40, após abrirem a R$ 6,51 e oscilarem entre R$ 6,29 e R$ 6,53. Já os papéis da MBRF (MBRF3) recuavam 1,06%, negociados a R$ 19,51, com mínima em R$ 19,17 e máxima em R$ 19,89. A reação negativa reflete a frustração do mercado diante de mais um entrave regulatório.

A Minerva (BEEF3) é uma das maiores exportadoras de carne bovina da América do Sul, com forte presença no Brasil, Paraguai, Colômbia e Argentina, e é considerada uma das principais fornecedoras globais do setor. Já a MBRF Global Foods (MBRF3) nasceu da fusão entre Marfrig e BRF, criando um dos maiores conglomerados de proteínas do mundo, com atuação diversificada em carne bovina, aves e alimentos processados.

O veto uruguaio aumenta a pressão sobre as duas companhias em meio a disputas contratuais e pode reabrir discussões sobre o futuro do acordo bilionário. Investidores seguem atentos aos próximos desdobramentos.