As vendas no varejo brasileiro recuaram 0,3% em julho de 2025 na comparação com junho, em linha com as expectativas do mercado e marcando a quarta queda consecutiva. O resultado negativo foi puxado principalmente por equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação (-3,1%), tecidos, vestuário e calçados (-2,9%), outros bens de uso pessoal e doméstico (-0,6%) e o segmento de hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-0,3%).
Entre os setores que apresentaram crescimento, destacaram-se móveis e eletrodomésticos (1,5%), livros, jornais, revistas e papelaria (1,0%), combustíveis e lubrificantes (0,7%) e artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (0,6%). No recorte regional, 16 dos 27 estados registraram retração, com destaque para Rondônia (-2,2%), Minas Gerais (-1,1%) e Paraíba (-1,0%).
Já o comércio varejista ampliado, que inclui veículos, motos, peças e acessórios (1,8%) e materiais de construção (0,4%), avançou 1,3% em julho, mostrando desempenho mais positivo do que o varejo restrito. Na comparação anual, frente a julho de 2024, as vendas totais cresceram 1,0%, mantendo uma sequência de quatro meses de alta.
A perda de fôlego do consumo no Brasil ocorre em meio ao ritmo mais fraco da atividade econômica. Segundo o último Boletim Focus, a expectativa de crescimento do PIB está em 2,16% para 2025 e em 1,85% para 2026. Esse quadro indica cautela, já que os resultados do varejo são termômetro importante da disposição das famílias em gastar.
No mercado financeiro, a notícia reforça o cenário de ajustes nas expectativas para o desempenho da economia brasileira. O resultado de julho pode pressionar setores ligados ao consumo doméstico na bolsa de valores, como varejistas listadas no mercado BOV, ao mesmo tempo em que fortalece a leitura de um crescimento mais modesto no PIB, com reflexos potenciais sobre juros futuros (BMF:DI1FUT) e sobre a paridade Dólar Americano e Real Brasileiro (FX:USDBRL).
Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)
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