Em um cenário de volatilidade global, os índices futuros dos Estados Unidos operam mistos nesta quinta-feira, 23 de outubro de 2025, enquanto os investidores processam uma enxurrada de resultados corporativos, com destaque para os balanços da Tesla e da IBM divulgados na véspera. A Tesla, por exemplo, registrou uma queda acentuada no after-hours após reportar entregas de veículos abaixo das expectativas, pressionando o setor de tecnologia e automotivo. Já a IBM surpreendeu positivamente com ganhos robustos em serviços de nuvem, impulsionando alguma recuperação pontual no índice Nasdaq. Paralelamente, os preços do petróleo dispararam mais de 4% após o presidente Donald Trump anunciar novas sanções aos dois maiores produtores russos de óleo, intensificando tensões geopolíticas e elevando preocupações com a oferta global de energia.

O panorama internacional se complica com as sanções dos EUA contra a Rússia, que não só afetam o mercado de commodities, mas também alimentam incertezas sobre um possível acordo comercial com a China, ainda em negociações tensas. Ademais, o shutdown prolongado do governo americano continua a paralisar atividades federais, gerando decepção com os balanços trimestrais em Nova York e contribuindo para a divisão de opiniões entre os traders. No after-hours, ações como as da Tesla despencaram cerca de 7%, refletindo temores de desaceleração no consumo de veículos elétricos em meio à inflação persistente. Esses elementos criam um ambiente de cautela nos pregões globais, com investidores buscando refúgio em ativos defensivos enquanto monitoram sinais de escalada em conflitos comerciais.

No contraponto, o mercado brasileiro exibe um crescente otimismo em relação ao quadro inflacionário mais benigno, com projeções revisadas para baixo na inflação anual, o que fortalece apostas em uma política monetária mais expansionista. Esse sentimento positivo, disseminado nas mesas de operação nos últimos dias, ganha tração com as reuniões trimestrais do Banco Central (BC) nesta quinta-feira, onde economistas do mercado poderão questionar os diretores sobre as chances de antecipar a redução da taxa Selic para janeiro de 2026. Analistas apontam que dados recentes de IPCA mais controlados, aliados a uma safra agrícola robusta, podem pavimentar o caminho para cortes mais agressivos nas juros básicos, aliviando o endividamento de famílias e empresas.

Em paralelo, o Ministério da Fazenda avança em medidas para compensar a receita perdida com a Medida Provisória que altera o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras), uma iniciativa que ajuda a mitigar preocupações fiscais no Congresso. Essa manobra, que inclui ajustes em alíquotas de tributos sobre importações e remessas ao exterior, sinaliza compromisso com a responsabilidade fiscal em um ano eleitoral, acalmando agências de rating internacionais. Investidores locais veem nisso um contrapeso ao ruído externo, com o Ibovespa futuro operando estável e papéis de bancos e varejo ganhando fôlego ante perspectivas de crédito mais acessível.

A agenda de indicadores econômicos desta quinta-feira promete movimentar os mercados, com foco inicial no IPC-S da FGV, às 8h, que mede a inflação da terceira quadrissemana de outubro e pode confirmar a tendência de arrefecimento no Brasil, influenciando expectativas para o Copom. Logo em seguida, o Banco Central da Turquia anuncia sua decisão de política monetária às 8h, um evento crucial em meio à volatilidade cambial emergente, onde uma postura hawkish poderia fortalecer o lira e impactar fluxos para ativos de risco globais. Às 9h30, o índice de atividade nacional de setembro do Fed de Chicago nos EUA fornecerá pistas sobre o vigor da economia americana, especialmente relevante após os balanços mistos da véspera.

No front brasileiro, a Receita Federal divulga a arrecadação de impostos de setembro às 10h30, um dado aguardado para avaliar a saúde fiscal pós-reformas tributárias recentes e possíveis impactos no superávit primário. Na Europa, o índice de confiança do consumidor preliminar de outubro, às 11h, da Comissão Europeia, pode sinalizar recuperação no consumo da zona do euro, afetando o euro e ações exportadoras. Já nos EUA, as vendas de moradias usadas de setembro, divulgadas às 11h pela NAR, testarão a resiliência do setor imobiliário em meio a juros altos, enquanto o PMI composto preliminar de outubro do Japão, às 21h30, fechará o dia com insights sobre a manufatura asiática.

Além dos indicadores, eventos políticos e corporativos roubam a cena: na China, a 4ª Sessão Plenária do 20º Comitê Central do Partido Comunista inicia discussões sobre reformas econômicas, potencialmente influenciando o yuan e commodities ligadas à demanda chinesa. No Brasil, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, não participa diretamente, mas o secretário de Comércio Exterior, Tatiana Prazeres, ou similar figura, viaja para Jacarta às 5h40 para um evento promovido pela Apex-Brasil, visando impulsionar exportações agroindustriais em meio a tensões globais. As 101ª Reuniões Trimestrais com Economistas, nos grupos 05 e 06, às 9h30 e 11h, respectivamente, serão palcos para debates sobre Selic e fiscal, com perguntas diretas aos diretores do BC.

Nos balanços, a American Airlines e a First Citizens BancShares reportam antes da abertura em Wall Street, com foco na recuperação do tráfego aéreo e na saúde bancária regional, respectivamente, em um contexto de shutdown. Após o fechamento, a Intel e a Ford divulgam resultados, onde a gigante de semicondutores pode abordar avanços em IA apesar de concorrência chinesa, e a montadora americana lidará com pressões de supply chain e transição para elétricos, ecoando o tropeço da Tesla. Esses números prometem volatilidade pós-mercado, especialmente para o Nasdaq.

Em síntese, o pré-mercado de 23 de outubro reflete um mundo dividido entre riscos geopolíticos e oportunidades locais, com o Brasil se posicionando como um oásis de otimismo fiscal em meio ao caos global. Investidores devem navegar com cautela, priorizando diversificação entre ações, commodities e criptoativos, enquanto aguardam catalisadores como os PMIs e balanços para redefinir trajetórias.

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Resumo das cotações pré-mercado

Os futuros dos principais índices americanos apresentam um quadro misto antes da abertura das bolsas nesta quinta-feira, com o Dow Jones futuro recuando 0,10%, refletindo preocupações com o setor industrial em meio ao shutdown governamental prolongado. Em contrapartida, o S&P 500 futuro avança 0,14%, impulsionado por ganhos em tecnologia após o balanço positivo da IBM, enquanto o Nasdaq futuro sobe 0,21%, beneficiado pela resiliência de ações de growth apesar da queda da Tesla. No Brasil, o Ibovespa futuro opera estável em torno de 130.500 pontos, com viés de alta apoiado pelo otimismo inflacionário local, contrastando com a cautela externa.

Na Ásia-Pacífico, os mercados fecharam com sinais divididos: o Shanghai SE subiu 0,22% em meio a expectativas da Sessão Plenária chinesa, mas o Nikkei japonês despencou 1,35% devido a temores de recessão global. O Hang Seng de Hong Kong ganhou 0,72%, impulsionado por finanças, enquanto o Nifty 50 indiano e o ASX 200 australiano registraram leves altas de 0,57% e 0,03%, respectivamente, ancorados em commodities. Na Europa, o STOXX 600 avançou 0,21%, com o CAC 40 francês liderando os ganhos em 0,41%, embora o DAX alemão tenha recuado 0,13% por fraqueza industrial.

Nas commodities, o petróleo WTI saltou 4,09% para US$ 60,89 por barril, e o Brent subiu 4,03% para US$ 65,11, reagindo às sanções americanas à Rússia. O minério de ferro na bolsa de Dalian ganhou 0,39%, cotado a 777 iuanes (US$ 109,03), beneficiado por demanda chinesa. O Bitcoin, por sua vez, valorizou 1,32% para US$ 109.486,51, atuando como hedge contra incertezas geopolíticas.

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Agenda do dia: indicadores, balanços e eventos em Foco

A quinta-feira, 23 de outubro de 2025, traz uma agenda econômica e corporativa carregada, com indicadores que podem moldar as expectativas dos investidores em mercados globais e no Brasil. Às 8h, a FGV divulga o IPC-S da terceira quadrissemana de outubro, um termômetro crucial da inflação brasileira que pode reforçar o cenário de arrefecimento dos preços, alimentando apostas em uma antecipação do corte da Selic para janeiro de 2026. No mesmo horário, o Banco Central da Turquia anuncia sua decisão de política monetária, um evento que pode impactar moedas emergentes caso opte por uma postura mais agressiva contra a inflação. Às 10h30, a Receita Federal publica os dados de arrecadação de setembro, essenciais para avaliar a saúde fiscal brasileira em meio a ajustes na MP do IOF, enquanto às 11h, o índice de confiança do consumidor preliminar da zona do euro e as vendas de moradias usadas nos EUA oferecem pistas sobre o consumo global.

No campo dos eventos, a atenção se volta para a 4ª Sessão Plenária do 20º Comitê Central do Partido Comunista da China, que pode sinalizar novas políticas econômicas e impactar commodities como o minério de ferro. No Brasil, às 5h40, o diretor de Política Monetária do Banco Central, Gabriel Galípolo, participa de um evento da ApexBrasil em Jacarta, reforçando esforços para promover exportações em um cenário de tensões globais. As 101ª Reuniões Trimestrais com Economistas, às 9h30 e 11h, serão momentos-chave para o mercado sondar as intenções do BC sobre a Selic, com perguntas esperadas sobre o cenário fiscal e inflacionário. À noite, às 21h30, o PMI composto preliminar de outubro do Japão, da S&P Global/Jibun Bank, trará insights sobre a manufatura e serviços asiáticos, influenciando a percepção de risco em mercados emergentes.

No front corporativo, os balanços prometem movimentar Wall Street. Antes da abertura, a American Airlines divulga resultados que testarão a recuperação do setor aéreo em meio ao shutdown nos EUA, enquanto o First Citizens BancShares oferecerá uma visão sobre a saúde dos bancos regionais americanos. Após o fechamento, a Intel, sob pressão para avançar em inteligência artificial, e a Ford, enfrentando desafios na transição para veículos elétricos, apresentam seus números, com potencial para gerar volatilidade no pós-mercado, especialmente após a decepção com o balanço da Tesla. Esses eventos, combinados com indicadores globais e reuniões do BC, colocam os investidores em alerta para ajustar estratégias em um dia de alta relevância.

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