Após uma queda de mais de 50% em um único pregão, a Ambipar (BOV:AMBP3) informou o cancelamento da assembleia e da sétima emissão de debêntures. A decisão amplia a incerteza entre investidores e pressiona ainda mais as ações da companhia na bolsa de valores brasileira.
A Ambipar Participações e Empreendimentos S.A. (BOV:AMBP3) comunicou na noite de terça-feira (07/10) que o conselho de administração decidiu cancelar a assembleia geral extraordinária e também a sétima emissão de debêntures, conforme registrado em ata. A medida ocorre em meio à forte deterioração no valor de mercado da companhia e à crescente preocupação dos investidores com sua capacidade de financiamento e gestão de passivos.
Nos últimos dias, o papel da Ambipar viveu um dos momentos mais turbulentos desde seu IPO na B3. A ação despencou mais de 50%, chegando a cerca de R$1,20, e continuou em queda de 4,2% no pregão de quarta-feira (08/10), encerrando o dia cotada a R$0,68. O tombo reflete o receio do mercado em relação à estabilidade financeira da companhia e à reavaliação de seus planos de expansão.
A decisão de cancelar tanto a assembleia quanto a emissão de debêntures pode indicar uma revisão estratégica interna, priorizando a liquidez e o redesenho da estrutura de capital. O movimento, no entanto, também eleva as dúvidas sobre a confiança dos credores e investidores institucionais na capacidade de recuperação da empresa.
Durante o pregão de quarta-feira, as ações AMBP3 oscilaram entre R$0,66 e R$0,68, sem grandes volumes negociados. Desde o início de 2025, o papel acumula uma perda superior a 90%, refletindo o ambiente desafiador do setor e a desconfiança em torno da governança corporativa e transparência financeira da Ambipar.
A Ambipar (AMBP3) atua no segmento de gestão ambiental e resposta a emergências, com operações no Brasil e no exterior, incluindo América Latina, Europa e América do Norte. A empresa oferece soluções de logística ambiental, gestão de resíduos e atendimento a acidentes químicos, competindo com players como Orizon, Veolia e Solví.
Para o investidor, o momento exige cautela. A volatilidade extrema e a queda expressiva do papel sugerem que o mercado ainda busca um ponto de equilíbrio diante da incerteza.