Companhia aérea atualizou projeções de receita e Ebitda ajustado, enquanto negociações com fabricantes e arrendadores seguem em andamento; ação AZUL4 fecha estável na bolsa de valores

A Azul S.A. (BOV:AZUL4) informou nesta quinta-feira (23/10) que projeta uma alavancagem líquida de 2,5 vezes na saída do processo de recuperação judicial nos Estados Unidos, conforme o Capítulo 11. O dado foi divulgado em fato relevante ao mercado, no qual a companhia também revisou para baixo as estimativas de crescimento de receita e Ebitda ajustado em seu novo plano de negócios.

De acordo com o documento, a taxa de crescimento anual composta (CAGR) da receita operacional líquida foi reduzida de 7,4% para 5,8%, enquanto o Ebitda ajustado CAGR passou de 12,2% para 9,3%. No plano de outubro, a empresa estima receita operacional líquida de R$ 5,7 bilhões e Ebitda ajustado de R$ 1,99 bilhão.

A Azul afirmou que mantém negociações com fabricantes de aeronaves e motores (OEMs) e arrendadores de frota, reforçando que ainda há tratativas em andamento, mas que permanece “confiante no sucesso dessas negociações nas próximas semanas”.

O novo plano reflete uma postura mais conservadora diante do cenário operacional e do câmbio, fatores que vêm pressionando as companhias aéreas na bolsa de valores. Mesmo assim, a Azul demonstra foco na redução da dívida e retomada gradual de rentabilidade, enquanto avança nas etapas finais do processo do Capítulo 11 — movimento semelhante ao de outras empresas brasileiras que buscaram reestruturação financeira no exterior.

No pregão desta quinta-feira (23/10), as ações AZUL4 fecharam estáveis a R$ 1,13, repetindo o preço anterior. Durante o dia, os papéis oscilaram entre R$ 1,13 e R$ 1,15, refletindo a cautela dos investidores após a divulgação das novas projeções. O mercado agora deve acompanhar de perto as negociações com os arrendadores e o cronograma de saída do processo norte-americano.

A Azul é uma das maiores companhias aéreas do Brasil, com foco em rotas regionais e serviços de transporte de passageiros e cargas. Fundada em 2008, a empresa atua no segmento de aviação comercial e logística, competindo com Gol (BOV:GOLL4) e Latam. Seu modelo operacional prioriza eficiência de frota e capilaridade de destinos.