Os dirigentes do Banco Central Europeu (BCE) decidiram manter a política monetária inalterada, deixando claro que não pretendem reagir a pequenas oscilações na inflação da zona do euro. A decisão, tomada na reunião de política monetária realizada entre os dias 10 e 11 de setembro, foi detalhada na ata divulgada nesta quinta-feira (09) pela instituição.

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O documento mostra que todos os membros votaram pela manutenção das taxas de juros, com base na avaliação de que “a perspectiva de inflação continua em uma boa posição e a economia doméstica resiliente, com riscos mais equilibrados para o crescimento da atividade econômica”. Segundo o BCE, essa leitura mantém-se idêntica à de julho. “Assim, não havia pressão imediata para mudar as taxas de juros” em setembro, destacaram os dirigentes, indicando que ajustes só ocorrerão diante de riscos de médio prazo.

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A autoridade monetária também reforçou que manterá “opções em aberto” para reagir rapidamente em caso de choques econômicos ou inflacionários. Apesar de reconhecer que um corte de juros pode ser apropriado nos próximos meses para “proteger a meta de inflação em 2%”, o BCE retirou da ata qualquer menção a reduções adicionais ainda em 2025.

O banco central destacou que a incerteza geopolítica e comercial continua elevada, exigindo prudência ao calibrar os próximos passos da política monetária. Entretanto, os dirigentes reconheceram que o recente acordo comercial entre Estados Unidos e União Europeia (UE) reduziu riscos negativos para a economia, embora traga “riscos duplos” para a inflação — podendo tanto pressionar preços quanto aliviar custos.

Alguns membros do BCE veem mais riscos de queda na inflação de médio prazo, citando fatores como as tarifas, a valorização do euro (FX:EURUSD), possíveis cortes de juros pelo Federal Reserve (Fed), e o aumento do fluxo de bens da China. Outros, em menor número, apontam potenciais pressões inflacionárias vindas dos preços de energia e da volatilidade cambial.

A dirigente Isabel Schnabel alertou para o risco de uma “repentina e intensa correção” nos mercados financeiros, caso o sentimento dos investidores se deteriore — especialmente diante do atual nível elevado de valorização dos ativos.

No contexto atual, a decisão do BCE tende a manter os rendimentos dos títulos europeus estáveis e reforçar a atratividade relativa do euro frente a moedas de países com políticas monetárias mais expansionistas. Para o mercado de ações europeu, a manutenção dos juros pode representar alívio temporário, enquanto investidores aguardam sinais mais claros sobre a trajetória monetária em 2025.

Mesmo sem uma mudança imediata na política de juros, o posicionamento cauteloso do BCE reforça o tom de vigilância sobre a inflação e o crescimento. A decisão deve manter a volatilidade nos mercados da zona do euro moderada no curto prazo, com impacto direto sobre o desempenho de índices como o DAX (DBI:DAX), CAC 40 (EU:PX1) e Euro Stoxx 50 (EU:STOXX50E).

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