As expectativas do mercado financeiro voltaram a apontar para uma leve desaceleração da inflação e do câmbio neste ano, segundo o Relatório Focus divulgado pelo Banco Central nesta segunda-feira (06). A estimativa para o IPCA caiu de 4,81% para 4,80%, enquanto a previsão para o dólar passou de R$ 5,48 para R$ 5,45. Já a projeção para o Produto Interno Bruto (PIB) se manteve em 2,16%. A expectativa para a taxa básica de juros (Selic) permaneceu em 15% pela décima quinta semana consecutiva.

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Inflação

Para 2026, a projeção de inflação medida pelo IPCA ficou em 4,28%, enquanto para 2027 recuou para 3,90%. Em 2028, a expectativa foi mantida em 3,70%. No caso do IGP-M, as estimativas para 2025 caíram de 1,02% para 0,96%, e a previsão para 2026 ficou em 4,20%. Já para 2027, o índice deve marcar 4%, e para 2028, houve leve redução de 4% para 3,98%.

A variação dos preços administrados dentro do IPCA teve leve avanço na projeção para 2025, passando de 4,77% para 4,81%. Para 2026, a expectativa ficou em 3,97%. Em 2027, o mercado manteve 4,00%, enquanto para 2028 a estimativa subiu marginalmente de 3,69% para 3,70%.

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Câmbio

No câmbio, o mercado ajustou suas projeções para os próximos anos. A estimativa do dólar para 2026 caiu de R$ 5,58 para R$ 5,53. Para 2027, a expectativa ficou em R$ 5,65, enquanto para 2028 a projeção permaneceu em R$ 5,56.

PIB

As perspectivas para o crescimento econômico permaneceram estáveis. A mediana das projeções para o PIB de 2026 ficou em 1,80%. Para 2027, o mercado manteve 1,90%, e para 2028, a estimativa segue em 2% há 82 semanas consecutivas — um sinal de confiança moderada na estabilidade da atividade econômica no médio prazo.

Selic

Em relação à taxa básica de juros, o mercado segue sem mudanças. A projeção para 2026 ficou em 12,25%. A estimativa para 2027 permaneceu em 10,50%, e para 2028 continua em 10% há 41 semanas, reforçando a expectativa de uma trajetória gradual de queda da Selic ao longo dos próximos anos.

Impactos no mercado financeiro

A revisão das projeções do Relatório Focus tende a gerar um efeito de curto prazo positivo sobre o mercado de renda variável. O recuo das expectativas para inflação e câmbio indica menor pressão sobre os juros futuros (BMF:DI1FUT) e pode fortalecer o desempenho do Ibovespa (BOV:IBOV), enquanto a leve estabilidade nas projeções para a Selic sugere uma postura mais cautelosa do Banco Central. No câmbio, o Dólar à vista (FX:USDBRL) pode sentir alívio adicional caso a percepção de menor inflação se consolide nas próximas semanas.

Mesmo sem uma cotação específica anexada, o cenário descrito reforça o tom de moderação nas expectativas do mercado financeiro, em um momento em que investidores buscam sinais mais claros sobre o ritmo de cortes na taxa Selic e o comportamento dos preços no segundo semestre. Essa leve melhora no horizonte inflacionário tende a reduzir a aversão ao risco, estimulando a entrada de capital estrangeiro e o apetite por ativos da bolsa de valores brasileira.

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