Resultado foi pressionado por despesas financeiras mais altas e impacto cambial, enquanto EBITDA e margens seguem resilientes no trimestre.
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A Camil Alimentos S.A. (BOV:CAML3) divulgou nesta quinta-feira (09/10) seus resultados do segundo trimestre de 2025 (2T25), registrando lucro líquido de R$ 78,7 milhões, uma queda de 33,7% em relação ao mesmo período de 2024. O desempenho foi impactado principalmente pelo aumento das despesas financeiras e pela queda da receita líquida, reflexo do ambiente macroeconômico mais desafiador.
Apesar da retração no lucro, o EBITDA da companhia somou R$ 250,6 milhões, redução de 12,9% na comparação anual, mas com margem EBITDA praticamente estável, em 8,4% (-0,4 p.p.). Já o lucro bruto atingiu R$ 673,8 milhões, recuo de 3,5% no ano, com margem bruta de 22,6%, avanço de 1,2 ponto percentual, refletindo melhor mix de produtos e controle de custos.
Segundo a Camil, a despesa financeira líquida chegou a R$ 141,6 milhões, alta de 58,3% na base anual, “principalmente pelo resultado dos instrumentos derivativos e pelos juros sobre financiamentos, em função do aumento da taxa de juros no período”. O investimento (capacidade de investimento) foi de R$ 155,3 milhões, avanço expressivo de 133,5%, com concentração de aportes neste trimestre.
A alavancagem (dívida líquida/EBITDA) passou de 3,5x para 4,1x, refletindo o ritmo mais intenso de investimentos e maior custo de capital.
O mercado reagiu com cautela ao balanço. As ações CAML3 encerraram o pregão de quinta-feira (09/10) cotadas a R$ 4,93, estáveis (0,00%), após oscilar entre R$ 3,50 e R$ 8,79 nas últimas 52 semanas. O volume negociado foi baixo, refletindo o compasso de espera dos investidores após a divulgação dos resultados.
Fundada em 1963, a Camil Alimentos é uma das principais companhias do setor de alimentos da América do Sul, com atuação nos segmentos de arroz, feijão, açúcar, pescados e grãos. A empresa tem presença forte no Brasil, Chile, Uruguai e Peru, e compete com nomes como M. Dias Branco (BOV:MDIA3) e BRF (BOV:BRFS3).
Com a volatilidade do setor de alimentos e o cenário macro mais apertado, investidores acompanham de perto o desempenho da Camil, que segue focada em ganho de eficiência e expansão regional.