Os investidores entram na semana com os olhos fixos em sinais de um possível arrefecimento das tensões entre os EUA e a China, já que reuniões de alto nível podem ocorrer antes do final do mês. Além dos acontecimentos comerciais, uma sequência movimentada de resultados corporativos e a divulgação tardia de dados de inflação nos EUA moldarão o sentimento nos próximos dias.
1. Tensões comerciais entre EUA e China
Os mercados continuam atentos a quaisquer sinais de que as hostilidades tarifárias entre Washington e Pequim possam estar diminuindo.
O secretário do Tesouro, Scott Bessent, disse que planeja se reunir com o vice-primeiro-ministro chinês, He Lifeng, esta semana para ajudar a “prevenir uma escalada dos impostos”. A mídia estatal chinesa também confirmou que He e Bessent tiveram “discussões construtivas” e concordaram em retomar as negociações comerciais em breve.
Na semana passada, o presidente norte-americano Donald Trump afirmou que suas propostas de tarifas de três dígitos sobre a China “não eram sustentáveis”, mesmo criticando a decisão de Pequim de endurecer as restrições às principais exportações de terras raras. Trump também reafirmou seus planos de se encontrar com o presidente chinês, Xi Jinping, na Coreia do Sul ainda este mês, dizendo a repórteres que os EUA “vão se dar bem com a China”.
Ainda assim, as medidas tarifárias continuam sendo uma parte essencial do manual do governo. Trump prometeu manter tarifas “massivas” sobre a Índia até que o país suspenda as importações de petróleo russo e ameaçou aumentar os impostos sobre a Colômbia em meio a uma disputa comercial de drogas.
Preocupações com atritos comerciais e preocupações com bancos regionais dos EUA ajudaram a levar o Índice de Volatilidade CBOE ao seu nível mais alto em quase seis meses na sexta-feira.
2. Lucros principais da Tesla e da Netflix
O calendário de resultados se intensifica esta semana, com grandes nomes prontos para divulgar seus resultados.
A Netflix, Inc. (NASDAQ:NFLX) (BOV:NFLX34), líder em streaming, deve divulgar seus resultados após o fechamento do mercado na terça-feira. Suas ações subiram mais de 35% este ano, à medida que a empresa aprimora sua estratégia de publicidade. Mas os investidores estão curiosos para saber como a plataforma lidou com a reação negativa do magnata da tecnologia Elon Musk, que pediu aos usuários que cancelassem suas assinaturas após uma polêmica envolvendo uma série de animação.
Enquanto isso, a Tesla, Inc. (NASDAQ:TSLA) (BOV:TSLA34) anunciou recentemente entregas recordes no terceiro trimestre, embora os investidores estejam cientes da iminente expiração de um crédito tributário para veículos elétricos nos EUA.
Analistas da Vital Knowledge observaram que “os relatórios de lucros desta empresa são quase irrelevantes, pois a maior parte da narrativa e do valor patrimonial não está relacionada ao negócio principal de fabricação e venda de automóveis, mas sim à esperança e ao entusiasmo por produtos que não impactarão a demonstração de resultados de forma material nos próximos anos”. A história de longo prazo da Tesla ainda gira em torno de suas apostas em robotaxis e tecnologia de direção totalmente autônoma.
3. Intel em Foco
A gigante de chips Intel Corporation (NASDAQ:INTC) (BOV:ITLC34) divulgará seus lucros após o fechamento do mercado na quinta-feira.
As ações da Intel subiram recentemente graças a novas injeções de capital, incluindo da NVIDIA Corporation (NASDAQ:NVDA) (BOV:NVDC34) e da SoftBank Group Corp. O governo dos EUA também está assumindo uma participação de 10%, mesmo depois que o presidente Trump pediu a renúncia do CEO Lip-Bu Tan devido a preocupações com conflito de interesses.
A Intel ficou para trás na corrida da IA, ficando atrás de rivais como Nvidia e Advanced Micro Devices, Inc. (NASDAQ:AMD) (BOV:A1MD34), e suas ambições de fundição continuam ofuscadas pela Taiwan Semiconductor Manufacturing Company (NYSE:TSM) (BOV:TSMC34).
Analistas esperam lucros próximos do ponto de equilíbrio no terceiro trimestre, com uma queda de 1,2% na receita, para US$ 13,12 bilhões, citando fraqueza em seus segmentos de data center e IA.
4. Dados de inflação dos EUA atrasados
Com muitos relatórios econômicos oficiais atrasados pela paralisação do governo federal, os investidores aguardam ansiosamente a divulgação do IPC de setembro na sexta-feira.
O IPC, um indicador-chave da inflação, é divulgado pouco antes da reunião de política monetária do Federal Reserve System, que ocorrerá em 28 e 29 de outubro. No mês passado, o Fed cortou as taxas de juros em 25 pontos-base em meio à queda nos dados trabalhistas e à persistência de preocupações com a inflação.
Embora a impressão do IPC dê aos formuladores de políticas novas informações sobre os preços, a falta de outros dados — incluindo folhas de pagamento não agrícolas — deixa o banco central com menos visibilidade ao considerar seu próximo movimento.
5. Voto de liderança do Japão
No Japão, os legisladores devem votar na terça-feira sobre a nomeação de Sanae Takaichi, que deverá se tornar a primeira mulher primeira-ministra do país.
O Partido Liberal Democrata, no poder, garantiu apoio suficiente para formar um governo de coalizão sob o comando de Takaichi. Vista como uma espécie de “pomba fiscal”, espera-se que ela aumente os gastos do governo e resista a novos aumentos de juros pelo Banco do Japão.
Suas perspectivas de liderança já desencadearam uma recuperação nas ações japonesas, com o Nikkei 225 subindo 3,47% na segunda-feira, atingindo 49.000 pontos, e o TOPIX saltando 2,46%, ambos próximos de máximas recordes.
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