Câmara aprovou por unanimidade a isenção do IR até R$ 5 mil. 493 votos a favor, nenhum contra. Projeto segue ao Senado.
A aprovação do projeto de isenção do IRPF até R$ 5 mil ficou marcada pela unanimidade. Nenhum deputado votou contra, em uma das raras ocasiões de consenso total entre governo e oposição na atual legislatura.
Arthur Lira, relator do projeto e ex-presidente da Câmara, conseguiu articular a votação rápida em regime de urgência. A adesão foi tamanha que até opositores tradicionais de Lula apoiaram a medida, temendo desgaste diante da opinião pública.
Foram 493 votos a favor, sem nenhuma abstenção relevante. Apenas 18 parlamentares não participaram, em sua maioria por justificativas médicas ou compromissos no exterior.
Segundo analistas, o “placar avassalador” mostra a força do apelo popular do tema. “Nenhum partido teria coragem de ir contra uma proposta que beneficia milhões de trabalhadores em ano pré-eleitoral”, afirmou a cientista política Débora Stela.
O ministro Fernando Haddad comemorou, dizendo que o Congresso deu “um golaço” em prol da justiça tributária. Ele destacou que o projeto equilibra redução de imposto para os mais pobres com aumento da cobrança sobre os mais ricos.
Para Lula, a aprovação simboliza o cumprimento de uma promessa de campanha e reforça a narrativa de governo voltado à maioria. No Palácio do Planalto, a expectativa é que a tramitação no Senado seja igualmente rápida.
Ainda assim, parlamentares da oposição deixaram claro que o apoio não significa alinhamento automático com outras pautas econômicas do governo. “Aqui foi diferente, ninguém queria pagar o preço político de votar contra”, disse um deputado do PL em reserva.