Os contratos de juros futuros de longo prazo, especialmente aqueles com vencimento em janeiro de 2029 (BMF: DI1F29) e janeiro de 2033 (BMF:DI1F33), seguem em uma zona de indefinição técnica entre as médias móveis de 21 e 200 dias. Essa configuração, embora pouco explosiva no curto prazo, carrega implicações importantes para a precificação de ativos no Brasil.
No caso do DI-2029, a perda dos 13,30% poderia levar o contrato a testar suportes em 12,98% e 12,40%, enquanto a superação dos 13,50% abriria espaço para alta até os 13,90%, onde está a média de 200 dias. Já o DI-2033, acima de 13,85%, favoreceria altas rumo aos 14,10% e 14,50%, mas a quebra dos 13,65% acionaria suportes em 13,30% e 13,15%.
O IFR de ambos os contratos aponta para baixo, sugerindo viés de queda no curto prazo. Isso indica que, embora a tendência estrutural esteja neutra, a inclinação imediata pode favorecer uma leve compressão de taxas — especialmente se fatores externos contribuírem.
Esse movimento ocorre em paralelo a um cenário de dólar mais forte. O Dólar Futuro (BMF:WDOU25) rompeu a média de 21 dias e mira resistências entre R$ 5,475 e R$ 5,580. Uma eventual desvalorização adicional do real poderia adicionar pressão inflacionária, mas, por enquanto, os juros parecem mais inclinados a acompanhar o ambiente global de maneira passiva.
O S&P futuro (BMF:WSPU25), embora ainda em tendência de alta, mostra sinais claros de fraqueza no curto prazo. IFR e MACD viraram para baixo, sugerindo que uma correção abaixo de 6.750 pontos poderia deflagrar uma onda de aversão ao risco — algo que tende a afetar diretamente a curva de juros dos mercados emergentes.
No mercado local, o IBOVESPA (BOV:IBOV) permanece travado em uma zona técnica sensível. Acima de 143.250, mira 147.500, mas abaixo de 141.000 poderia iniciar movimento corretivo mais forte, o que reforçaria um ambiente defensivo para renda fixa e variável.
Por outro lado, uma acomodação de inflação nos EUA e a manutenção de expectativas ancoradas podem dar fôlego para um alívio maior na curva local, especialmente no trecho intermediário. Isso explicaria a falta de definição técnica observada até agora: o mercado está em modo de espera.
Outro vetor relevante é o Bitcoin Futuro (BMF:BITU25), que serve como indicador alternativo de apetite ao risco. Após tocar a região de sobrecompra, o IFR apontou para baixo, sugerindo que investidores globais estão se reposicionando de forma mais conservadora.
A agenda econômica desta quinta-feira inclui dados que podem alterar significativamente a precificação dos DIs: inflação ao produtor no Brasil às 9h e expectativa de inflação nos EUA às 11h. Qualquer surpresa para cima nos números americanos tende a puxar os yields dos Treasuries e, em efeito cascata, pressionar os juros locais.
Além disso, ativos com alta volatilidade intraday — como VALE3, BBAS3 e WEGE3 — poderão amplificar movimentos no Ibovespa, influenciando também a percepção de risco no mercado de juros.
Em suma, os DIs seguem sem direção clara, mas com um leve viés baixista no curto prazo. O desenrolar da agenda econômica e dos fluxos globais nas próximas sessões será determinante para definir se essa indefinição se transforma em tendência ou em mera oscilação técnica.
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