O dólar americano teve uma valorização modesta na segunda-feira, 20 de outubro de 2025, recuperando-se do declínio da semana passada, enquanto os investidores se preparavam para uma leitura de inflação observada de perto e mantinham um olhar cauteloso sobre sinais de tensão no setor bancário regional dos EUA.
Às 05h15 (horário de Brasília), o Índice do Dólar, que mede a cotação da moeda americana em comparação com uma cesta das seis principais moedas, subiu 0,1%, para 98,270, recuperando-se ligeiramente após registrar sua maior queda em cinco dias desde o final de julho.
Dólar se firma antes da divulgação do CPI
O dólar encontrou suporte na recuperação das ações, mesmo com a renovada preocupação com os credores regionais dos EUA se espalhando pelos mercados. Dois bancos — Zions Bancorporation (NASDAQ:ZION) e Western Alliance Bancorporation (NYSE:WAL) — divulgaram problemas com empréstimos vinculados a fraudes, alimentando temores de um estresse de crédito mais amplo.
“Preocupações com a saúde dos bancos regionais e a qualidade geral do crédito nos EUA continuam sendo muito importantes para os mercados de câmbio”, disseram analistas do ING em nota.
“Indícios de que os problemas de empréstimos não vão além do Zions Bancorp e da Western Alliance podem oferecer algum alívio adicional ao dólar, mas podem não ser suficientes para eliminar completamente as preocupações sobre a saúde subjacente do mercado de crédito e fazer com que o dólar recupere todas as perdas.”
Os investidores agora aguardam a divulgação, na sexta-feira, do índice de preços ao consumidor de setembro, que deverá ser divulgado apesar da paralisação do governo.
“Estamos alinhados com o consenso na expectativa de uma leitura do núcleo de 0,3% ao mês – o que deve reforçar ainda mais o corte de 25 pontos-base pelo Fed na próxima semana”, afirmou o ING. “A menos que haja grandes desvios do consenso, a divulgação da inflação não deve ter implicações cambiais significativas, com os mercados de trabalho desempenhando um papel mais importante nas expectativas de juros.”
Euro se estabiliza com redução do risco francês
O par EUR/USD subiu 0,1%, para 1,1659, com o euro recuperando terreno com o retorno da calma política à França. O primeiro-ministro Sébastien Lecornu sobreviveu a dois votos de desconfiança na semana passada, após concordar em adiar um controverso plano de reforma da previdência.
“A calma na política francesa permitiu que o euro se recuperasse um pouco, mas é difícil se sentir confortável com a França. A S&P rebaixou a nota do país de AA- para A+ em uma ação não programada na sexta-feira”, observou o ING.
Enquanto isso, os dados mostraram que os preços ao produtor alemão caíram 0,1% em setembro em comparação ao mês anterior e caíram 1,7% na comparação anual, destacando fracas pressões inflacionárias na maior economia da Europa.
Libra cai ligeiramente antes do orçamento
O par GBP/USD caiu 0,1%, para 1,3421, enquanto os investidores aguardam mais detalhes sobre o orçamento de novembro do Reino Unido.
“Esperamos um fluxo constante de informações sobre o conteúdo do orçamento de novembro nas próximas semanas. Isso parece uma faca de dois gumes para a libra esterlina. Quaisquer preocupações com a sustentabilidade fiscal afetarão os gilts de retaguarda e se espalharão para a libra, enquanto impostos mais altos devem prejudicar o crescimento e aumentar as chances de uma flexibilização antecipada do BoE”, afirmou o ING.
Iene enfraquece com especulações de Takaichi
O par USD/JPY subiu 0,1%, para 150,81, enquanto o iene ficou sob leve pressão devido às crescentes expectativas de que Sanae Takaichi, líder do Partido Liberal Democrata, se tornará o próximo primeiro-ministro do Japão.
Takaichi é considerada fiscalmente mais moderada, sinalizando mais gastos do governo e condições financeiras mais flexíveis nos próximos meses. Ela também deve se opor a novos aumentos de juros pelo Banco do Japão, que se reúne na próxima semana.
Yuan cai após dados do PIB
O par USD/CNY caiu ligeiramente para 7,1242 depois que dados mostraram que a economia da China cresceu ligeiramente mais rápido do que o esperado no terceiro trimestre.
O PIB cresceu 4,8% ano a ano, acima das previsões de 4,7%, mas abaixo dos 5,2% do segundo trimestre — seu ritmo mais fraco desde o terceiro trimestre de 2024.
Ainda assim, o crescimento até agora neste ano permanece acima da meta de 5% de Pequim, ajudado pelas exportações resilientes, mesmo com os gastos fracos do consumidor e o baixo investimento privado continuando a pesar no ímpeto.
Dólar australiano avança ligeiramente
O par AUD/USD subiu 0,1%, para 0,6501, com a moeda sensível ao risco se beneficiando da melhora do sentimento nos mercados asiáticos.
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