O dólar americano se manteve firme na quinta-feira, 9 de outubro de 2025, apoiado pela fraqueza do euro e do iene, enquanto os investidores enfrentavam a crescente instabilidade política na Europa e no Japão, além de uma paralisação prolongada do governo federal dos EUA.

Na Europa, a atenção voltou-se para a crise política francesa após um breve foco nas discussões sobre tarifas da UE. O gabinete do presidente francês, Emmanuel Macron, confirmou na quarta-feira que ele nomeará um novo primeiro-ministro dentro de 48 horas, após a renúncia abrupta de Sébastien Lecornu. A saída de Lecornu — poucas horas após a apresentação de seu gabinete — lançou a segunda maior economia da Europa novamente na incerteza política.

Cresceram as especulações sobre a possibilidade de uma eleição parlamentar antecipada, embora o gabinete de Macron tenha enfatizado que a maioria dos legisladores continua se opondo a tal medida.

“É uma crise política interna e, provavelmente em breve, uma crise econômica. O contágio direto para outros países da zona do euro parece improvável. O contágio indireto, no entanto, é possível”, disseram analistas do ING.

A turbulência política pesou sobre o euro, que caiu 0,1%, para US$ 1,1622. A moeda única desvalorizou-se cerca de 0,8% na última semana, atingindo seu menor nível desde o final de agosto na quarta-feira.

No Japão, o foco dos investidores permaneceu na vitória de Sanae Takaichi na disputa pela liderança do Partido Liberal Democrata (PLD). Os mercados esperam que ela apoie a expansão dos gastos fiscais e uma postura monetária mais branda. Isso, somado à redução das expectativas de aperto monetário adicional por parte do Banco do Japão (BKK), continuou a pressionar o iene.

“A recalibração das expectativas do mercado em torno de um ritmo mais lento de aumentos de taxas do Banco do Japão continua a exercer pressão descendente sobre o iene, com efeitos colaterais pesando sobre as moedas regionais”, disseram analistas do MUFG em uma nota.

O iene foi negociado a 152,67 por dólar, próximo ao seu nível mais fraco desde fevereiro, e caiu mais de 3,6% em relação ao dólar esta semana.

O Índice do Dólar Americano, que mede a moeda americana em comparação com seis das principais moedas, ficou estável em 98,94 às 06h28 (horário de Brasília), após atingir uma máxima de dois anos no início da sessão.

Enquanto isso, os investidores monitoraram de perto a paralisação do governo dos EUA, agora em sua segunda semana, o que atrasou a publicação de indicadores econômicos importantes que provavelmente moldarão as perspectivas políticas do Federal Reserve para o resto do ano.

A ata da reunião de setembro do Comitê Federal de Mercado Aberto mostrou que as autoridades estão divididas sobre a rapidez com que devem ajustar as taxas de juros, equilibrando um mercado de trabalho em desaceleração com uma inflação persistente.

A maioria dos formuladores de políticas “julgou que provavelmente seria apropriado flexibilizar ainda mais a política durante o restante” do ano, embora o momento e a escala de quaisquer cortes permaneçam incertos, diz a ata.

Em nota, analistas da Capital Economics escreveram que a maioria dos participantes do FOMC apoia a redução das taxas em direção a um “cenário mais neutro”, citando “riscos negativos” para as perspectivas de emprego.

“No entanto, com ‘a maioria dos participantes’ ainda enfatizando os ‘riscos positivos para suas perspectivas de inflação’, continuamos confortáveis ​​com nossa visão de que o FOMC prosseguirá em um ritmo mais lento do que os preços de mercado sugerem”, disseram os analistas.

Os mercados continuaram precificando um corte de 25 pontos-base na taxa de juros na próxima reunião do Fed no final deste mês.


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