Os índices americanos retomam as perdas expressivas da sexta-feira passada, após a rusga comercial entre EUA e China voltar à tona com a ampliação dos controles extraterritoriais de exportação de elementos de terras raras, espelhando a regra de produtos estrangeiros diretos dos EUA, que restringe tecnologias ligadas aos Estados Unidos e proíbe exportações de uso militar.

Esse movimento contraria diretamente as restrições impostas pelos EUA aos chips avançados e sinaliza que, embora Washington limite o acesso da China à tecnologia, Pequim pode interromper cadeias globais de semicondutores, veículos elétricos e defesa. O impacto direto disso recai sobre as big techs, que dependem fortemente dos chips e materiais semicondutores provenientes da Ásia.

O presidente Trump retaliou com ameaças de cancelamento da reunião com Xi, tarifas de 100% e proibições de exportação de software a partir de 1º de novembro. Ainda assim, ambos os lados deixaram espaço para uma desescalada antes das possíveis negociações da APEC e do término da trégua tarifária em 10 de novembro. O movimento é visto como uma tática de alavancagem de negociação de Trump, buscando evitar uma guerra comercial intermediária antes de 2026, com sinais conciliatórios vindos de autoridades americanas e até do próprio presidente.

Os índices voltaram a subir, e até mesmo o Russell 2000 renovou máximas históricas, acumulando alta de 13% no ano até o momento. O setor de small caps está impulsionado pela crescente sinalização dovish de membros do FOMC. Já os setores de tecnologia e o S&P 500 operam com volatilidade, tentando retomar as máximas, embora ainda estejam um pouco abaixo dos últimos topos. Esse contexto ressoou na entrada da Robinhood no S&P 500, um marco que validou a fintech como player institucional. Suas ações subiram 15% no dia do anúncio, levando o market cap a US$ 91,5 bilhões, mas o feito acabou ofuscando os fundamentos das ações pela narrativa geopolítica.

O desafio agora é entender como o conflito tarifário será solucionado, minimizando as perdas nas cadeias de suprimento de terras raras e materiais essenciais para semicondutores, veículos elétricos e defesa.