O mercado financeiro brasileiro vivenciou um dia de otimismo nesta quarta-feira (15/10), com o Ibovespa (BOV:IBOV) retomando a trajetória de alta e se firmando acima dos 142 mil pontos. Essa recuperação reflete diretamente as declarações do diretor do Federal Reserve (Fed), Miran, que reforçou a possibilidade de mais dois cortes de juros nos Estados Unidos ainda neste ano, sinalizando um afrouxamento monetário que pode beneficiar economias emergentes como a do Brasil.
Os resultados trimestrais robustos de gigantes bancários norte-americanos, como Morgan Stanley (NYSE:MS) e Bank of America (NYSE:BAC), contribuíram para o bom humor global, projetando perspectivas positivas para o setor financeiro brasileiro. No terceiro trimestre, esses bancos superaram expectativas, o que se traduz em maior confiança para instituições locais, impulsionando ações blue chips na B3.
Apesar do cenário positivo, tensões comerciais entre Estados Unidos e China continuam a pairar como uma sombra, com anúncios de novas tarifas de até 150% sobre produtos chineses em setores marítimo e logístico. Esse embate geopolítico pressiona commodities, como o minério de ferro, que recuou 1,46% em Dalian, impactando negativamente empresas brasileiras dependentes de exportações.
No front doméstico, o governo brasileiro busca alternativas para compensar o aumento do IOF, com discussões no Congresso visando medidas que gerem cerca de R$ 15 bilhões em receitas para 2025 e 2026. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o presidente do Senado estão alinhados nessa busca por equilíbrio fiscal, o que alivia preocupações imediatas com o orçamento de 2026.
A pesquisa sobre vendas no comércio varejista mostrou um crescimento modesto de 0,2% em agosto, reforçando a resiliência da economia brasileira apesar de desafios externos. Esse dado positivo sustenta o desempenho de ações do setor varejista, como Assai (BOV:ASAI3), que subiu 5,49%, e RaiaDrogasil (BOV:RADL3), com alta de 5,23%.
O dólar comercial (FX:USDBRL) registrou queda significativa, fechando em R$ 5,4461, uma variação negativa de 0,67%, influenciado pelas expectativas de cortes de juros nos EUA e pelo fluxo estrangeiro positivo, que já soma quase R$ 7 bilhões em outubro. Essa desvalorização da moeda norte-americana beneficia importadores e reduz pressões inflacionárias no Brasil.
Os juros futuros apresentaram viés de alta, com o DI1F26 (BMF:DI1F26) subindo 0,01% para 14,894, enquanto contratos mais longos, como o DI1F29 (BMF:DI1F29), caíram 0,41% para 13,305. Essa dinâmica reflete cautela com o cenário fiscal local, mas também acompanha o recuo nos Treasuries norte-americanos.
O setor de metais e financeiro destacou-se na bolsa de valores brasileira, mesmo com o petróleo e o minério em baixa. A Petrobras (BOV:PETR4) | (BOV:PETR3) | (NYSE:PBR) sentiu o impacto da queda nos preços de combustíveis, mas o mercado atento ao possível corte de preços e ao balanço da estatal mantém expectativas mistas.
Em Nova York, as bolsas mostram recuperação, com o Nasdaq Composite (NASDAQI:COMPX) avançando 0,79% para 22.700,45 pontos, e o S&P 500 (SPI:SP500) subindo 0,57% para 6.659,90. Essa tendência positiva nos EUA reforça o influxo de capitais para mercados emergentes, beneficiando o Ibovespa.
A atenção do mercado também se volta para o DXY (CCOM:DXY), índice do dólar, que caiu 0,33% para 98,401, sinalizando enfraquecimento da moeda global e abertura para mais investimentos em ativos brasileiros. No entanto, a persistência das tensões com a China pode inverter essa dinâmica a qualquer momento.
O secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, indicou abertura para diálogo com Pequim, o que poderia mitigar riscos comerciais. No Brasil, essa perspectiva global ajuda a estabilizar os juros de curto prazo, próximos da estabilidade, apesar das pressões fiscais internas.
Por fim, o Ibovespa fechou com alta de 0,43% aos 142.297,43 pontos, liderado por ganhos em blue chips, mas com oscilações em ações como Embraer (BOV:EMBR3), que recuou 2,72%, e Marfrig (BOV:MRFG3), em baixa de 1,63%. O dia reflete um equilíbrio delicado entre otimismo externo e cautelas locais, com investidores atentos a próximos desenvolvimentos.
A análise acima foi realizada pela ferramenta AI – ADVFN Intelligence. A AI é a principal fornecedora de análise financeira e pesquisa impulsionada por Inteligência Artificial disponível no mercado. TESTE GRATUITAMENTE a Inteligência Artificial da ADVFN.