Os contratos futuros de ouro atingiram um marco histórico na terça-feira, 7 de outubro de 2025, rompendo brevemente a barreira de US$ 4.000 a onça pela primeira vez, enquanto os investidores buscavam refúgio da crescente incerteza política e da instabilidade econômica nos principais mercados globais. As expectativas de novos cortes nas taxas de juros dos EUA também impulsionaram a alta.

Às 11h02 (horário de Brasília), os contratos futuros de ouro subiam 0,6%, para US$ 3.999,85 por onça troy, enquanto o ouro à vista avançava 0,5%, para US$ 3.979,88 por onça, pairando logo abaixo das máximas recordes.

O aumento nos preços do ouro reflete um apetite crescente por ativos de refúgio seguro, alimentado pela paralisação do governo dos EUA, tensões geopolíticas persistentes e especulações de que o Federal Reserve fará outro corte nas taxas no final deste mês.

De acordo com a ferramenta FedWatch da CME, os traders veem uma forte probabilidade de que o Fed reduza as taxas em 25 pontos-base na reunião de 28 e 29 de outubro. O banco central já retomou a flexibilização monetária em setembro e deu a entender que mais cortes podem ocorrer antes do final do ano — um cenário favorável para o ouro, que prospera quando os rendimentos caem.

Embora a paralisação tenha atrasado a divulgação de vários dados importantes dos EUA, a pesquisa de expectativas do consumidor do Fed de Nova York ainda é esperada para hoje, juntamente com comentários de vários membros do Fed. No entanto, analistas observam que, sem novos dados, é improvável que seus comentários alterem significativamente o sentimento do mercado.

China amplia sequência de compras de ouro

O ouro também ganhou suporte devido à demanda renovada dos bancos centrais, com o Banco Popular da China (PBOC) expandindo suas reservas de ouro pelo 11º mês consecutivo. As reservas subiram para 74,06 milhões de onças troy finas no final de setembro, ante 74,02 milhões no mês anterior. O valor de suas reservas também subiu, acompanhando a alta dos preços do ouro em barras.

O acúmulo constante de ouro pela China é visto como uma jogada estratégica para diversificar seus ativos em dólares americanos, principalmente porque as relações entre Pequim e Washington continuam tensas.

A incerteza política na França e no Japão alimenta a tensão

Analistas do ING disseram que “as agitações políticas na França e no Japão […] alimentando preocupações fiscais” forneceram suporte adicional ao ouro, juntamente com “um aumento na demanda tanto de investidores de varejo quanto de entradas institucionais na Europa e no Japão”.

Na França, os mercados permanecem instáveis ​​após a renúncia abrupta do primeiro-ministro Sébastien Lecornu, a quem o presidente francês Emmanuel Macron pediu que continuasse as negociações com partidos rivais na tentativa de formar uma nova coalizão governamental. A turbulência reacendeu as especulações sobre uma eleição parlamentar antecipada, com crescente pressão de grupos de extrema direita e extrema esquerda.

No Japão, a eleição de Sanae Takaichi como líder do Partido Liberal Democrata (PLD) — abrindo caminho para que ela se tornasse a primeira mulher primeira-ministra do Japão — inicialmente impulsionou as ações locais, mas provocou a desvalorização do iene e a queda dos rendimentos dos títulos. Os investidores estão céticos sobre como ela financiará suas propostas de estímulo e corte de impostos, o que suscita novas preocupações fiscais.

O cenário de volatilidade política e incerteza macroeconômica consolidou o status do ouro como hedge preferencial, elevando-o a níveis sem precedentes. A prata e a platina também continuaram a avançar após atingirem máximas de uma década nas últimas sessões.

Enquanto isso, os preços do cobre subiram depois que a Freeport-McMoRan (NYSE:FCX) (BOV:FCXO34) não ofereceu nenhuma atualização sobre quando as operações poderiam ser retomadas em sua mina Grasberg, na Indonésia, uma das maiores minas de cobre do mundo, que está ociosa desde um acidente fatal no início de setembro.


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