São Paulo, 31 de outubro de 2025 – O pré-mercado financeiro global amanhece com tom otimista nesta sexta-feira, impulsionado pelos balanços corporativos excepcionais divulgados na véspera e por indicadores domésticos que reforçam a resiliência da economia brasileira. Nos Estados Unidos, os índices futuros operam em território positivo, com o Nasdaq liderando os ganhos em meio ao brilho de Amazon e Apple, enquanto no Brasil o Ibovespa futuro avança timidamente, digerindo a surpresa positiva do Caged e aguardando novos dados de emprego e contas públicas. O cenário sugere uma sessão de consolidação, com o foco dividido entre tecnologia, commodities e política monetária.

Os futuros do S&P 500 sobem 0,8% e os do Nasdaq avançam 1,2% na pré-abertura, refletindo o entusiasmo gerado pelos resultados trimestrais de Amazon e Apple após o fechamento da quarta-feira. A Amazon reportou um crescimento de 20% na receita de sua unidade AWS, superando em muito as projeções de 15% de Wall Street, impulsionado pela explosão da demanda por infraestrutura de IA e computação em nuvem. As ações da companhia dispararam mais de 13% no after-hours, com analistas revisando alvos de preço para até US$ 250, destacando margens operacionais recordes de 12% e recuperação no segmento de publicidade digital.

A Apple, por sua vez, consolidou sua força com um avanço de cerca de 3% nas negociações estendidas, após divulgar receitas de US$ 94,9 bilhões no quarto trimestre fiscal – acima dos US$ 93,2 bilhões esperados. O iPhone 16 foi o grande destaque, com vendas impulsionadas por inovações em câmeras e processadores, enquanto os serviços cresceram 8%, sustentados por Apple Music, iCloud e a expansão da Apple TV+. As projeções otimistas para o trimestre de festas, com ênfase em realidade aumentada e mercados asiáticos, aliviavam temores de saturação e reforçavam a narrativa de resiliência da Big Tech em um ambiente de juros elevados.

Outro nome que chamou atenção no pós-mercado foi a Netflix, cujas ações saltaram 5% após o anúncio de um desdobramento de ações na proporção de 10 para 1. A medida visa atrair investidores de varejo e democratizar o acesso aos papéis, em um momento em que a plataforma adicionou 8 milhões de assinantes no trimestre, superando expectativas graças a sucessos como a série “Eclipse Lunar”. O movimento sinaliza confiança na estratégia global da empresa, com foco em mercados emergentes e combate à pirataria, consolidando o streaming como pilar do entretenimento digital.

No front das commodities, o ADR da Vale subiu 4% em Nova York, embalado pelos resultados robustos do terceiro trimestre. A mineradora reportou EBITDA ajustado de R$ 28 bilhões, alta de 12% ante o período anterior, beneficiada pela recuperação dos preços do minério de ferro e eficiência operacional em Carajás e Sudeste. Apesar de desafios logísticos herdados de tragédias passadas, a companhia reafirmou guidance de exportações e investimentos em descarbonização, ganhando apoio de fundos ESG e se beneficiando da demanda chinesa por matérias-primas de alta qualidade.

Em Wall Street, os earnings season seguem no centro das atenções, ofuscando até mesmo os ecos dos comentários de Jerome Powell sobre uma possível pausa no ciclo de alta de juros. O rendimento do Treasury de 10 anos permanece estável em 4,15%, enquanto o acordo comercial preliminar entre China e EUA, embora celebrado, teve impacto limitado nas negociações por falta de detalhes sobre tarifas e propriedade intelectual. Mais de 150 empresas da S&P 500 reportam nesta semana, mantendo o foco em lucros corporativos como principal driver do mercado.

No Brasil, o pré-mercado da B3 opera com viés de alta discreta, com o Ibovespa futuro em +0,3%, influenciado por Vale, Petrobras e bancos. A grande surpresa veio do Caged, que registrou a criação de 287 mil vagas formais em setembro – quase o dobro das estimativas de 150 mil. O número, puxado por serviços, construção e indústria, esfriou apostas de corte agressivo na Selic, com o mercado precificando agora apenas 25 pontos-base de redução em novembro, contra 50 pontos anteriormente. O real futuro opera estável em R$ 5,45, refletindo equilíbrio entre fluxo de exportações e cautela fiscal.

A agenda desta quinta-feira promete agitação com a PNAD Contínua, que deve mostrar taxa de desemprego em 7,2% no terceiro trimestre – mínima desde 2014 – e o déficit primário de setembro, estimado em R$ 25 bilhões. Ambos os indicadores serão cruciais para calibrar expectativas sobre o ritmo de recuperação econômica e a condução da política fiscal em 2026. Analistas do Itaú e BTG Pactual recomendam atenção a setores cíclicos domésticos, mas com cautela em relação a ruídos políticos e pressões inflacionárias.

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Principais cotações do mercado financeiro mundial no Pré-Mercado

Os mercados internacionais operam em tom misto nesta sexta-feira (31/10), com os investidores avaliando a temporada de balanços corporativos e a expectativa por novos dados econômicos. Nos Estados Unidos, os futuros indicam abertura positiva — Dow Jones Futuro (+0,04%), S&P 500 Futuro (+0,61%) e Nasdaq Futuro (+1,15%) — impulsionados por resultados otimistas no setor de tecnologia. Já na Ásia, o Nikkei do Japão disparou +2,12%, enquanto o Hang Seng de Hong Kong caiu -1,43%, refletindo pressões sobre o setor imobiliário chinês. O índice Shanghai SE recuou -0,81%, e o Nifty 50 da Índia teve leve baixa de -0,43%.

Na Europa, o movimento é de cautela antes da divulgação de novos dados de inflação: o STOXX 600 cede -0,19%, o FTSE 100 perde -0,25%, enquanto o DAX alemão sobe +0,36%, e o FTSE MIB italiano avança +0,29%. Entre as commodities, o petróleo WTI cai -0,31%, cotado a US$ 60,38, e o Brent recua -0,22%, a US$ 64,86, refletindo incertezas sobre a demanda global. O minério de ferro em Dalian recua -0,56%, a 800 iuanes (US$ 112,51), enquanto o Bitcoin sobe +2,79%, alcançando US$ 109.695,60 em mais um dia de forte valorização no mercado cripto.


Indicadores e eventos que podem movimentar o mercado nesta sexta-feira (31/10)

A agenda econômica desta quarta-feira é carregada e promete impacto direto sobre os mercados globais. Na Europa, o dia começa com a divulgação das vendas no varejo da Alemanha (04h00) e do CPI preliminar da Zona do Euro (07h00), ambos indicadores que podem influenciar as próximas decisões do Banco Central Europeu. No Brasil, o BC divulga o resultado do setor público consolidado (08h30) e o IBGE apresenta a Pnad Contínua (09h00), oferecendo pistas sobre o mercado de trabalho e o quadro fiscal do país.

Nos Estados Unidos, o destaque fica por conta do PMI de Chicago (10h45), indicador importante para medir o pulso da atividade industrial. À tarde, os investidores acompanham os dados da Baker Hughes (14h00) sobre poços e plataformas de petróleo em operação e, logo depois, a decisão de política monetária do Banco Central da Colômbia (15h00). Além disso, a Aneel anuncia às 16h00 a bandeira tarifária que será aplicada nas contas de energia em novembro.

No campo corporativo, a quarta-feira também reserva uma série de eventos relevantes. Às 10h30, Lorie Logan (Fed/Dallas) discursa em conferência institucional nos EUA, seguida pela participação de Beth Hammack (Fed/Cleveland) e Raphael Bostic (Fed/Atlanta) às 13h00, o que pode gerar comentários sobre os próximos passos do Federal Reserve. No Brasil, a Vale realiza sua teleconferência de resultados às 11h00, atraindo forte atenção dos investidores. Nos Estados Unidos, os balanços de Chevron e Exxon Mobil, divulgados antes da abertura, devem ditar o humor do setor de energia ao longo do pregão.

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