O Ibovespa (BOV:IBOV) abriu a quarta-feira (15/10) em leve estabilidade, operando próximo dos 141.677 pontos às 10h03, após encerrar o pregão anterior praticamente no zero a zero. O movimento reflete o equilíbrio entre o otimismo internacional, impulsionado por resultados corporativos fortes nos Estados Unidos, e a cautela doméstica diante de preocupações com o quadro fiscal brasileiro.

O contrato futuro do Ibovespa para outubro (BMF:INDV25) caía 0,62%, cotado a 141.050 pontos, acompanhando a realização de lucros observada nas últimas sessões. No mesmo horário, o mini índice (BMF:WINV25) recuava 0,61%, para 141.040 pontos, em linha com o tom de prudência no início do pregão.

No exterior, o apetite por risco permanece presente após balanços corporativos positivos de grandes instituições financeiras americanas. O Morgan Stanley reportou alta de 44,5% no lucro líquido do terceiro trimestre, enquanto o Bank of America apresentou avanço de 23%, ambos superando as expectativas e reforçando a resiliência do sistema bancário dos Estados Unidos.

Ainda nos Estados Unidos, o resultado das vendas no varejo de agosto, com alta de 0,2%, ficou em linha com as projeções e confirmou a manutenção de um ritmo moderado de consumo. O dado reforça a narrativa de aterrissagem suave da economia americana, o que amplia as apostas de corte de juros pelo Federal Reserve até o início de 2025.

Apesar do ambiente externo favorável, o mercado brasileiro segue pressionado pela incerteza fiscal. O ministro Fernando Haddad e o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, seguem em diálogo sobre o PLDO e a arrecadação para 2026, mas o impasse em torno das emendas parlamentares e das metas fiscais mantém os investidores reticentes.

A pressão também vem das commodities metálicas, especialmente o minério de ferro, que recuou 1,46% nas negociações em Dalian (China). A desvalorização da matéria-prima pesou sobre os papéis da Vale (BOV:VALE3) e de siderúrgicas como CSN (BOV:CSNA3) e Usiminas (BOV:USIM5), travando o desempenho do índice.

Entre os destaques corporativos locais, a Petrobras (BOV:PETR4) opera sob expectativa de divulgar aumento na produção de petróleo e manter dividendos consistentes, o que deve trazer algum suporte ao mercado. Já a Eletrobras (BOV:ELET3) avança no processo de alienação de sua fatia integral na Eletronuclear por R$ 535 milhões, dentro da estratégia de foco em energia limpa e simplificação societária.

No campo macroeconômico, a divulgação das vendas do varejo em agosto pelo IBGE, com crescimento de 0,2%, em linha com o esperado, reforça o cenário de desaceleração gradual da economia. O número mostra um consumo mais estável, mas ainda sem impulso forte que aponte retomada robusta.

Na renda fixa, a curva de juros mostra movimentos mistos. Os contratos curtos e intermediários operam em leve alta, com o DI1F27 subindo 0,21% para 14,02%, e o DI1F29 avançando 0,11% a 13,37%. Já os longos apresentam recuo, como o DI1F33, que cai 0,18%, refletindo o alívio marginal nas taxas de longo prazo.

O dólar à vista (FX:USDBRL) segue em baixa de 0,43%, cotado a R$ 5,4596, acompanhando o enfraquecimento global da moeda americana. O câmbio reflete o ambiente mais positivo para ativos de risco, mas encontra resistência em romper o patamar dos R$ 5,45 diante da persistente incerteza fiscal interna.

Com isso, o Ibovespa entra na metade da semana em compasso de espera. O investidor monitora o noticiário político e os dados externos, enquanto o mercado local continua travado entre a esperança vinda do exterior e o receio fiscal doméstico.

A análise acima foi realizada pela ferramenta AI – ADVFN Intelligence. A AI é a principal fornecedora de análise financeira e pesquisa impulsionada por Inteligência Artificial disponível no mercado. TESTE GRATUITAMENTE a Inteligência Artificial da ADVFN.