Ibovespa encerra em queda, com pressão de Petrobras, cautela política Lula x Tarcísio e ajuste global de mercado

O Índice Bovespa (BOV:IBOV) encerrou o pregão desta quinta-feira (09/10) em queda de 0,31%, aos 141.702 pontos, revertendo a leve alta observada pela manhã. O volume negociado somou R$13,1 bilhões, abaixo da média dos últimos 50 pregões (R$14,8 bilhões). O movimento refletiu a pressão de papéis de grandes empresas, como Petrobras (BOV:PETR4 | BOV:PETR3 | NYSE:PBR), e a cautela de investidores diante do embate político entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o governador paulista Tarcísio de Freitas, que já começam a se posicionar como potenciais adversários nas eleições de 2026. No mercado futuro, o contrato de Ibovespa (BMF:INDFUT | BMF:WINFUT) também recuou, acompanhando o clima mais tenso do dia, com investidores realizando lucros após a sequência de altas recentes.

O pregão desta quinta-feira (09/10) foi marcado por um cenário de ajustes e cautela global. No Brasil, os investidores reagiram ao IPCA de setembro, que veio abaixo das expectativas e reforçou a percepção de inflação sob controle, ao mesmo tempo em que o governo Lula enfrentou nova derrota política com a retirada da MP 1303, que previa tributação sobre investimentos financeiros. No exterior, os principais índices norte-americanos — Dow Jones (DOWI:DJI), Nasdaq Composite (NASDAQI:COMPX) e S&P 500 (SPI:SP500) — recuaram diante do enfraquecimento do rali iniciado em abril, enquanto o dólar ganhou força globalmente, com o índice DXY (CCOM:DXY) subindo 0,59%. A trégua anunciada entre Israel e o grupo Hamas reduziu o prêmio de risco geopolítico e pressionou as commodities, em especial o petróleo Brent (CCOM:OILBRENT), que caiu 1,66%, a US$65,15 por barril. Na China, a volta da Golden Week sustentou o minério de ferro em leve alta, apoiando as ações ligadas a siderurgia.

Entre os destaques corporativos, as ações da Brava Energia (BOV:BRAV3) despencaram 5,09%, após a companhia comunicar a paralisação temporária de parte da produção na Bacia Potiguar para auditoria da Agência Nacional do Petróleo (ANP). A Raízen (BOV:RAIZ4), gigante de etanol, açúcar e energia, recuou 4,35%, pressionada pela queda das commodities, enquanto a Marfrig (BOV:MRFG3) caiu 4,27%, acompanhando o recuo do setor de proteínas. Na ponta oposta, entre as mais negociadas, Petrobras (BOV:PETR4 | BOV:PETR3) cedeu 1,44% e 1,35%, respectivamente, refletindo o recuo do petróleo, e a Rede D’Or (BOV:RDOR3) caiu 2,93%, após realização de lucros recentes. No grupo das ações mais ativas do dia também figuraram Vale (BOV:VALE3), Itaú Unibanco (BOV:ITUB4) e Petrobras, confirmando o peso dos grandes nomes no giro financeiro da bolsa de valores.

No mercado de juros futuros da B3 (BMF:DI1FUT), os vértices das curvas curta, média e longa encerraram o dia em queda, com destaque para o recuo de até 8 pontos-base nos contratos mais longos, após o IPCA de setembro vir abaixo das expectativas. A leitura benigna dos núcleos e da inflação subjacente trouxe alívio ao mercado, que também reagiu positivamente ao leilão do Tesouro Nacional, com forte demanda por títulos prefixados. O movimento contrastou com a leve alta dos Treasuries norte-americanos, sinalizando maior confiança na trajetória de juros domésticos. Os DIs mais negociados — especialmente os vencimentos de 2027 e 2029 — fecharam o dia com taxas próximas de 10,37% e 10,63%, respectivamente.

Confira o ranking completo de todos os papéis negociados na B3.

1. 💥 Confira os destaques corporativos de hoje 💥

   Ambipar (AMBP3)

   A Ambipar Participações e Empreendimentos S.A. comunicou na noite de quarta-feira (08/10) que o conselho de administração decidiu cancelar a assembleia geral extraordinária e também a sétima emissão de debêntures, conforme registrado em ata. A medida ocorre em meio à forte deterioração no valor de mercado da companhia e à crescente preocupação dos investidores com sua capacidade de financiamento e gestão de passivos. Saiba mais…

   A B3 anunciou nesta quinta-feira (09/10) que as ações da Ambipar Participações e Empreendimentos S.A. serão excluídas de todos os índices da bolsa de valores, incluindo IBRA, IDVR, IGCT, IGCX, IGNM, ISEE, ITAG, MLCX e UTIL. A exclusão será feita ao preço de fechamento da terça-feira (15/10), com efeito a partir da abertura do pregão de quarta-feira (16/10). O papel não integra a carteira teórica do Ibovespa. Saiba mais…

   Ânima (ANIM3)

   A Anima Holding S.A. anunciou a aprovação de sua 8ª emissão de debêntures simples, não conversíveis em ações, da espécie quirografária com garantia fidejussória adicional. A emissão faz parte da estratégia da companhia para gestão de endividamento, totalizando R$ 300 milhões, distribuídos em 300 mil debêntures de R$ 1.000 cada, com data de emissão marcada para 15 de outubro de 2025 e vencimento em 15 de outubro de 2030. Saiba mais…

   Brava Energia (BRAV3)

   A Brava Energia comunicou nesta quinta-feira (09/10) a interrupção temporária da produção de algumas unidades da Bacia Potiguar. A medida tem como objetivo permitir adequações durante uma auditoria realizada pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), iniciada em 29 de setembro e prevista para se encerrar em 10 de outubro. Saiba mais…

   Hapvida (HAPV3)

   A Hapvida Participações e Investimentos S.A. anunciou a aprovação de sua 10ª emissão de debêntures simples, não conversíveis em ações, da espécie quirografária, no montante total de R$ 3,65 bilhões. A operação tem como objetivo reperfilar dívidas e otimizar a estrutura de capital da companhia, ampliando o prazo médio de seu endividamento. Saiba mais…

   Itaú Unibanco (ITUB4)

   O Itaú Unibanco Holding S.A. anunciou a emissão de Letras Financeiras Subordinadas Perpétuas no montante total de R$ 3 bilhões, em operação voltada a investidores profissionais. As Letras são perpétuas, com opção de recompra a partir de 2031, dependendo de autorização prévia do Banco Central do Brasil. Saiba mais…

   Light (LIGT3)

   O pior da situação financeira e operacional da Light já passou, e a empresa reúne condições técnicas para conseguir a renovação antecipada de sua concessão no Rio de Janeiro, disse o CEO da elétrica, Alexandre Nogueira, nesta quarta-feira, no Rio de Janeiro.

   Oncoclínicas (ONCO3)

   A Oncoclínicas Brasil Serviços Médicos anunciou nesta quarta-feira (08/10) que sua assembleia geral extraordinária aprovou um aumento de capital de até R$ 2 bilhões, com emissão de até 666.666.667 novas ações ordinárias a R$ 3,00 por ação. Os subscritores das novas ações receberão bônus de subscrição como vantagem adicional. Saiba mais…

   Oi (OIBR3)

   A Oi, em processo de recuperação judicial, comunicou a renúncia coletiva de sua alta administração, incluindo o CEO e Diretor de Relações com Investidores, Marcelo Milliet, e o CFO, Rodrigo Caldas Toledo Aguiar. A decisão, com efeito a partir de 30 de setembro de 2025, também envolve a saída de membros do Conselho de Administração, como Paul Murray Keglevic, Scott David Vogel, Paul Stewart Aronzon, Francisco Roman Lamas Mendez-Villamil e Renato Carvalho Franco. Saiba mais…

   Sabesp (SBSP3)

   A Empresa Metropolitana de Águas e Energia (Emae) afirmou na noite de quarta-feira (08/10) que não recebeu qualquer comunicação oficial relacionada ao processo mencionado na mídia sobre uma suposta compra pela Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp). Saiba mais…

   Tenda (TEND3)

   A Construtora Tenda S.A. apresentou avanços consistentes no terceiro trimestre de 2025, impulsionada pelo aumento de lançamentos e melhora nos preços médios por unidade. O volume geral de vendas (VGV) somou R$ 1,487 bilhão, alta de 36,5% em relação ao segundo trimestre, refletindo o ritmo mais forte de novos projetos e a retomada gradual do mercado imobiliário de baixa renda. Saiba mais…

   (Com informações da TCMover e Momento B3)