IGP-DI sobe 0,36% em setembro e é puxado por serviços e commodities

O Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) registrou avanço de 0,36% em setembro, após subir 0,20% em agosto. Com esse resultado, o indicador acumula queda de 1,27% no ano, mas mantém alta de 2,31% nos últimos 12 meses. Em setembro de 2024, o índice havia subido 1,03% e acumulava elevação de 4,83% no período de um ano.

Segundo Matheus Dias, economista do FGV IBRE, “a inflação ao produtor foi impulsionada, sobretudo, pelas grandes commodities, com destaque para café, milho e carne bovina. No Índice de Preços ao Consumidor (IPC), o reajuste decorrente do bônus de Itaipu exerceu papel relevante na alta dos preços ao consumidor. Já no setor da construção, observou-se desaceleração nos três principais componentes do custo: materiais, serviços e mão de obra.”

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O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) avançou 0,30% em setembro, após alta de 0,35% em agosto. O grupo de Bens Finais subiu 0,22%, revertendo a queda de 0,22% do mês anterior, enquanto o índice de Bens Finais (ex) — que exclui alimentos in natura e combustíveis para consumo — também se recuperou, passando de -0,09% para 0,25%. Já os Bens Intermediários caíram 0,36%, após recuo de 0,21% em agosto, e as Matérias-Primas Brutas subiram 0,80%, ante alta de 1,12% no mês anterior.

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O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) mostrou aceleração mais forte, com alta de 0,65% em setembro, revertendo a queda de 0,44% registrada em agosto. Cinco das oito classes de despesa apresentaram elevação: Habitação (-0,80% para 2,13%), Educação, Leitura e Recreação (-1,79% para 2,00%), Transportes (-0,24% para 0,30%), Alimentação (-0,50% para -0,18%) e Comunicação (0,04% para 0,07%). Já Saúde e Cuidados Pessoais, Vestuário e Despesas Diversas registraram desaceleração.

No setor da construção civil, o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) subiu 0,17% em setembro, após 0,52% em agosto. Todos os componentes apresentaram desaceleração: Materiais e Equipamentos (de 0,26% para 0,18%), Serviços (de 0,52% para 0,16%) e Mão de Obra (de 0,83% para 0,16%).

O Núcleo do IPC avançou 0,24% em setembro, frente aos 0,20% de agosto. Entre os 85 itens analisados, 37 foram desconsiderados — 25 por variações inferiores a -0,03% e 12 por estarem acima de 0,54%. O Índice de Difusão, que mostra a proporção de itens com variação positiva, recuou para 54,19%, contra 59,35% no mês anterior.

O avanço do IGP-DI indica maior pressão inflacionária, especialmente sobre preços administrados e serviços. Esse movimento tende a aumentar a percepção de cautela do Banco Central em eventuais cortes da taxa Selic, podendo influenciar os juros futuros (BMF:DI1FUT), além de gerar volatilidade no contrato futuro do Ibovespa (BMF:INDFUT | BMF:WINFUT) e no dólar futuro (BMF:DOLFUT | BMF:WDOFUT).

Ainda que o índice mostre aceleração pontual, o contexto atual de desaceleração global e estabilidade nas commodities pode limitar pressões inflacionárias no curto prazo. A tendência é que o mercado acompanhe de perto a reação dos títulos públicos e o comportamento do câmbio (FX:USDBRL) nos próximos dias.

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