A indústria brasileira voltou a respirar em agosto de 2025. De acordo com dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a produção industrial nacional avançou 0,8% na comparação com julho, na série com ajuste sazonal. Entre os 15 locais pesquisados, nove acompanharam o movimento positivo — sinal de uma recuperação gradual após meses de oscilações.

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Os maiores destaques ficaram com o Pará (5,4%), Bahia (4,9%) e Paraná (4,2%), que lideraram os ganhos do mês. Logo atrás vieram Rio Grande do Sul (2,9%), Mato Grosso (1,4%), Goiás (1,4%), Região Nordeste (1,0%), São Paulo (0,8%) e Espírito Santo (0,4%). No campo negativo, os recuos mais expressivos foram observados no Amazonas (-7,4%) e em Pernambuco (-3,5%), seguidos por Rio de Janeiro (-1,9%), Santa Catarina (-1,8%), Ceará (-1,5%) e Minas Gerais (-0,2%).

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A média móvel trimestral também reforçou o tom de leve retomada, com alta de 0,3% no trimestre encerrado em agosto, após dois meses consecutivos de queda. Nesse recorte, os avanços mais fortes vieram do Rio Grande do Sul (1,4%), Bahia (1,4%), Paraná (1,0%) e Região Nordeste (0,9%), enquanto Amazonas (-2,2%) e Mato Grosso (-1,1%) foram destaques negativos.

Na comparação com agosto de 2024, o setor industrial ainda mostra fragilidade, com retração de 0,7% e queda em nove dos dezoito locais pesquisados. As maiores perdas ocorreram no Mato Grosso (-12,8%), Maranhão (-11,4%) e Amazonas (-9,3%). O desempenho foi pressionado especialmente pelos setores de coque, produtos derivados do petróleo, biocombustíveis e produtos químicos — segmentos sensíveis ao cenário global de energia e insumos.

Em contrapartida, Espírito Santo (15,3%) teve o salto mais expressivo, impulsionado pela força das indústrias extrativas, principalmente na produção de óleos brutos de petróleo e gás natural. Rio de Janeiro (6,1%), Pará (5,8%) e Paraná (3,8%) também mostraram desempenhos sólidos, indicando uma recuperação mais concentrada nas regiões ligadas à extração e transformação de commodities.

No acumulado de 2025, o setor industrial nacional avança 0,9%, com destaque para Espírito Santo (6,1%), Pará (5,0%), Paraná (4,2%) e Rio de Janeiro (4,0%). Segundo o IBGE, o bom resultado se deve ao impulso de setores como extração mineral, metalurgia, máquinas e equipamentos elétricos e veículos automotores. Já o Rio Grande do Norte, com queda de 16,3%, e Pernambuco (-7,3%) seguem enfrentando dificuldades.

Nos últimos 12 meses, a produção industrial cresceu 1,6%, mas com ritmo menor em boa parte dos estados pesquisados. A desaceleração foi mais evidente no Ceará, Mato Grosso e Minas Gerais, enquanto Espírito Santo e Rio Grande do Norte apresentaram alguma melhora no período.

Esse movimento indica que, embora o setor industrial comece a reencontrar uma trajetória de crescimento, o cenário segue heterogêneo e dependente de fatores regionais e setoriais. O desempenho da indústria costuma influenciar o mercado de ações, câmbio e títulos públicos, já que sinaliza o ritmo da atividade econômica e pode afetar expectativas sobre juros e inflação.

Mesmo sem uma cotação específica associada a esse indicador, os números do IBGE reforçam o debate sobre a retomada da atividade econômica brasileira em meio a um cenário global de desaceleração e custos de crédito elevados. A indústria nacional mostra resiliência, mas ainda precisa vencer desafios estruturais para sustentar o crescimento.

(ibge)

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