Receita recua, mas companhia melhora margens e reforça plano de expansão em transmissão de energia
A ISA Energia Brasil (BOV:ISAE4) divulgou seus resultados do terceiro trimestre de 2025 (3T25) com um lucro líquido de R$ 550 milhões, alta de 27,4% em relação ao mesmo período do ano passado. O avanço ocorreu apesar da queda na receita líquida, sustentado principalmente pelo controle de despesas operacionais e pela melhora das margens.
A receita líquida somou R$ 1,07 bilhão, queda de 9,1% na comparação anual. Ainda assim, a companhia conseguiu elevar a margem líquida de 36,6% para 51,3%, indicando forte ganho de eficiência. A margem EBITDA também subiu, passando para 82,9%, mesmo com o EBITDA total tendo recuado 7,3%, para R$ 888,5 milhões.
Esse cenário mostra uma estratégia de gestão focada em resiliência operacional, importante em um setor que passa por ciclos regulatórios e alto nível de investimentos de longo prazo.
A companhia também acelerou seu programa de expansão. A dívida líquida chegou a R$ 12,9 bilhões, avanço de 35,2% em 12 meses, refletindo o aumento da capacidade de investimento: foram R$ 1,2 bilhão em investimentos no trimestre, alta de 38,9%. Nos nove primeiros meses do ano, os investimentos totalizam R$ 3,4 bilhões, alta de 45,8% ante 2024.
Mesmo sem declaração pública complementar no release, os números reforçam a estratégia da empresa em priorizar modernização e expansão, enquanto mantém rigor no controle de custos para proteger margens.
Por volta do meio da tarde desta quinta-feira, as ações ISAE4 eram negociadas a R$ 24,88, praticamente estáveis em relação ao último fechamento, com baixo volume de negócios.
O papel opera próximo do patamar de suporte mensal, enquanto investidores avaliam o impacto da alta da dívida frente à melhora da rentabilidade.
A ISA Energia Brasil é uma companhia de transmissão de energia elétrica, parte do grupo colombiano ISA. Atua no desenvolvimento, operação e manutenção de linhas e ativos estratégicos de transmissão em diversas regiões do país.
O balanço mostra uma companhia com alta disciplina em custos e margens, enquanto reforça sua presença na infraestrutura energética nacional.
Para o investidor, o papel permanece sensível ao cenário de juros e ritmo de concessões do setor.