Índice Nikkei 225 dispara +2,37% e renova máxima histórica de 51.408 pontos nesta quarta-feira (29/10), impulsionado por empresas ligadas à inteligência artificial e expectativas de novos estímulos fiscais no Japão. O iene (FX:USDJPY) segue pressionado, cotado a ¥152,25 por dólar, enquanto investidores monitoram as próximas decisões do Banco do Japão (BoJ).
Nesta quarta-feira, 29 de outubro de 2025, o mercado financeiro japonês encerrou o pregão em forte alta, com o índice Nikkei 225 atingindo um novo recorde histórico de 51.408 pontos, após avançar +2,37% no dia. O otimismo foi alimentado por expectativas de estímulos econômicos adicionais e pelo forte desempenho de companhias do setor de tecnologia, especialmente as voltadas à inteligência artificial (IA).
O TOPIX, índice mais amplo da bolsa de Tóquio, teve desempenho misto, recuando -0,23% para 3.278 pontos, refletindo ajustes setoriais após uma sequência de ganhos recentes. Enquanto o Nikkei seguiu em trajetória ascendente, parte dos investidores realizou lucros em setores tradicionais, como bancos, seguros e energia.
O avanço do Nikkei foi amplamente sustentado pelo rali das ações de tecnologia. A Advantest Corp., fabricante de equipamentos para semicondutores, disparou +22,08%, enquanto Lasertec Corp. subiu +7,70%. Essas altas expressivas reforçaram o apetite por risco em empresas ligadas à cadeia de IA e componentes eletrônicos, que seguem como motores de crescimento da economia japonesa.
Entre as principais quedas do dia, a Nidec Corp. despencou -5,34%, afetada por preocupações sobre custos de produção e demanda global. Também recuaram Komatsu (-4,13%) e Japan Exchange Group (-4,93%), refletindo um movimento de rotação setorial após a forte valorização de papéis industriais nas últimas semanas.
No câmbio, o iene japonês (JPY) segue mostrando volatilidade frente ao dólar americano. Às 7h30 (horário de Brasília), o par USD/JPY era cotado a ¥152,25, com alta de +0,26% no dia, enquanto o EUR/JPY operava em ¥177,32. A moeda japonesa tem se mantido sob pressão diante da expectativa de que o Banco do Japão (BoJ) manterá juros baixos por mais tempo, para sustentar a recuperação econômica.
Apesar do fortalecimento do mercado acionário, investidores permanecem atentos à política monetária japonesa. A taxa básica do BoJ continua em 0,5%, sem alterações desde setembro, e o banco central ainda mantém o controle parcial da curva de rendimentos (YCC), embora tenha reduzido as compras de títulos públicos (JGBs) em meados de 2025.
Os indicadores de confiança também mostraram melhora. O Índice de Confiança das Famílias, divulgado nesta quarta-feira, subiu para 35,8 pontos em outubro, acima da projeção de 35,5, indicando otimismo moderado entre os consumidores japoneses com o mercado de trabalho e as perspectivas econômicas de curto prazo.
Entre os setores, o TOPIX Electric Appliances (+2,37%) e o TOPIX Nonferrous Metals (+3,53%) lideraram os ganhos, refletindo a alta de exportadoras beneficiadas pelo iene mais fraco. Em contrapartida, os setores de alimentos, farmacêuticos e transporte terrestre registraram recuos superiores a -1,5%, mostrando que a recuperação ainda é desigual entre os segmentos da economia.
No cenário macroeconômico, o Fundo Monetário Internacional (FMI) projeta crescimento de 1,1% do PIB japonês em 2025, sustentado por investimentos privados e incentivos governamentais. Entretanto, o BoJ segue preocupado com o ritmo lento da inflação, que ainda se mantém abaixo da meta de 2% em algumas regiões.
As empresas japonesas também seguem ativas em novas frentes de investimento. A SoftBank Corp. apresentou leve alta de +1,09%, acompanhando o bom humor do mercado e o interesse crescente por startups de tecnologia generativa. O setor financeiro, por sua vez, teve desempenho misto, com Mitsubishi UFJ Financial (+0,31%) se destacando entre os bancos.
O forte desempenho do mercado japonês nesta quarta-feira contribuiu para impulsionar o sentimento positivo nas bolsas asiáticas, refletindo a confiança dos investidores de que o Japão pode manter um ciclo de crescimento sustentado sem precisar elevar agressivamente suas taxas de juros.
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