Curva de juros fecha mista nesta sexta-feira, com ganhos nos vencimentos curtos e médios, enquanto contratos de longo prazo recuam diante da cautela fiscal e política.
O mercado de juros futuros terminou esta sexta-feira (03/10) em compasso misto, refletindo um dia de ajustes e realização parcial após as altas recentes. A curva de juros apresentou valorização nos contratos de curto e médio prazo, ao passo que os vértices mais longos recuaram levemente, em um movimento de cautela dos investidores. O sentimento do mercado foi de espera, à medida que agentes calibram apostas entre política monetária doméstica e riscos fiscais no horizonte.
Entre os destaques, os contratos com vencimento em janeiro de 2028 (BMF:DI1F28) avançaram 0,30%, fechando a 13,50%, enquanto os contratos com vencimento em janeiro de 2029 (BMF:DI1F29) subiram 0,19%, terminando a 13,41%. Na ponta oposta, os contratos com vencimento em janeiro de 2035 (BMF:DI1F35) recuaram 0,18%, para 13,63%, liderando as quedas no trecho longo da curva.
No curto prazo, a liquidez se concentrou nos contratos mais negociados do DI Futuro, com destaque para os contratos com vencimento em janeiro de 2027 (BMF:DI1F27), que movimentaram mais de 724 mil lotes e fecharam com alta de 0,11%, cotados a 14,10%. Já os contratos com vencimento em janeiro de 2026 (BMF:DI1F26) também figuraram entre os mais líquidos, negociando cerca de 308 mil contratos, encerrando o dia praticamente estáveis em 14,90%.
No trecho longo da curva de juros, que costuma refletir a percepção de risco fiscal e político, os volumes foram menores, mas ainda assim relevantes. Os contratos com vencimento em janeiro de 2031 (BMF:DI1F31) negociaram cerca de 222 mil lotes e ficaram estáveis em 13,59%, enquanto os contratos com vencimento em janeiro de 2032 (BMF:DI1F32) recuaram 0,04%, fechando a 13,66%.
A movimentação desta sexta-feira foi marcada pela leitura de que o Banco Central tende a manter uma postura mais cautelosa diante da inflação persistente, o que reforça a pressão nos vértices intermediários da curva. Ao mesmo tempo, os prêmios de risco no longo prazo recuaram levemente, em parte pela menor liquidez e em parte por ajustes técnicos após as altas recentes.
Outro fator que influenciou a curva foi o ambiente externo. A combinação de queda dos rendimentos dos Treasuries americanos e a volatilidade do petróleo contribuiu para aliviar os prêmios de risco domésticos, ainda que de forma marginal. A preocupação fiscal, no entanto, segue como pano de fundo, limitando quedas mais expressivas nos juros futuros de longo prazo.
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