Curva de juros fecha o dia em movimento de queda generalizada. Contratos longos ampliam recuo e refletem melhora na percepção fiscal.

Os juros futuros encerraram a terça-feira (14/10) em leve queda ao longo de toda a curva de juros, acompanhando o alívio nos prêmios de risco e a leitura mais positiva dos investidores sobre o cenário fiscal doméstico. O movimento foi mais intenso nos vértices longos, refletindo a melhora das expectativas para o equilíbrio das contas públicas e a recente desaceleração das taxas de inflação implícitas.

Entre os destaques, os contratos com vencimento em janeiro de 2029 (BMF:DI1F29) e janeiro de 2030 (BMF:DI1F30) lideraram as quedas do dia, recuando 0,30% e encerrando a 13,37% e 13,51% ao ano, respectivamente. Na ponta intermediária, o DI para janeiro de 2028 (BMF:DI1F28) recuou 0,22%, fechando em 13,40%.

Nos prazos mais curtos, o contrato para janeiro de 2026 (BMF:DI1F26) apresentou leve variação negativa de 0,01%, encerrando a 14,89% ao ano, enquanto o DI para janeiro de 2027 (BMF:DI1F27) caiu 0,18%, fechando em 14,00%. Esses vértices permanecem entre os mais líquidos da curva de juros, com destaque para o DI1F27, que movimentou cerca de 391 mil contratos no pregão.

Os vencimentos intermediários e curtos continuam sendo os mais negociados no mercado de DI Futuro, concentrando o maior volume e servindo de referência para as posições de hedge e precificação de crédito corporativo. O DI1F26 registrou volume de 242 mil contratos, seguido de perto por DI1F28, com 295 mil negócios, refletindo o forte interesse dos investidores na precificação de juros entre 2026 e 2028.

Entre os vértices longos da curva de juros, os contratos com vencimento em janeiro de 2031 (BMF:DI1F31) e janeiro de 2032 (BMF:DI1F32) caíram 0,29% e 0,25%, fechando em 13,64% e 13,74% ao ano, respectivamente. Esses prazos mais longos são tradicionalmente mais sensíveis ao ambiente político e fiscal, e o recuo de hoje reflete o alívio nos prêmios de risco observados nos últimos dias.

Analistas destacam que o movimento de queda dos juros futuros foi sustentado por um dia de maior apetite ao risco nos mercados globais, com investidores reagindo positivamente à melhora nas expectativas de juros internacionais. A leve alta dos preços das commodities também colaborou para reforçar a percepção de maior estabilidade da balança comercial brasileira.

No cenário doméstico, o alívio na curva também é atribuído à comunicação recente do Banco Central, que reforçou o compromisso com a meta de inflação e sinalizou prudência na condução da política monetária. A expectativa é de manutenção da taxa Selic nas próximas reuniões, o que tende a reduzir a volatilidade nos contratos de DI Futuro.

Para os investidores de renda fixa, o movimento reforça o cenário de transição de juros elevados para uma curva mais estável, ainda que com prêmios residuais em prazos longos. O mercado monitora de perto o comportamento das contas públicas e os desdobramentos das discussões sobre o arcabouço fiscal, temas que continuam sendo determinantes para o comportamento dos vértices da curva de juros.

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