Curva de juros fecha em baixa, com destaque para contratos de 2027 a 2030; investidores reavaliam cenário fiscal e apostas sobre a Selic.

Os juros futuros encerraram a quinta-feira (09/10) em queda na B3, com a curva de juros apresentando movimento de alívio em praticamente todos os vértices. O mercado reagiu positivamente a sinais de estabilidade no ambiente fiscal e a um cenário externo mais favorável, o que reduziu as pressões sobre os prêmios de risco e levou os investidores a ajustar posições na renda fixa. O sentimento predominante foi de moderação, com os vértices intermediários liderando o movimento de queda, refletindo a percepção de que o Banco Central deve manter a Selic estável nas próximas reuniões do Copom.

Entre os destaques do dia, os contratos com vencimento em janeiro de 2028 (BMF:DI1F28) caíram 0,59%, encerrando a 13,395%, e os contratos para janeiro de 2029 (BMF:DI1F29) recuaram 0,52%, terminando o pregão a 13,345%. Já o DI para janeiro de 2027 (BMF:DI1F27), um dos vértices mais acompanhados da curva, teve baixa de 0,46%, a 14,02%, confirmando o movimento de descompressão da parte intermediária da curva de juros. No extremo oposto, o único contrato a registrar leve alta foi o DI para janeiro de 2026 (BMF:DI1F26), que avançou 0,01%, encerrando em 14,899%, reflexo de ajustes pontuais em prazos mais curtos e da maior liquidez desse vértice no mercado secundário.

Nos contratos de curto e médio prazo, considerados os mais líquidos do DI Futuro, o destaque ficou para o vencimento em janeiro de 2027 (BMF:DI1F27), que movimentou expressivos 688.721 contratos. O DI para janeiro de 2028 (BMF:DI1F28) também registrou forte volume, com 478.344 contratos negociados, reforçando o interesse dos investidores nos prazos que melhor refletem as expectativas de política monetária para os próximos anos. Esses vencimentos costumam concentrar grande parte da liquidez diária e são fundamentais para calibrar as apostas em torno do ciclo da Selic.

Entre os vértices longos da curva de juros, o movimento também foi de queda generalizada, embora em ritmo mais moderado. O DI para janeiro de 2030 (BMF:DI1F30) recuou 0,41%, a 13,48%, enquanto o DI para janeiro de 2031 (BMF:DI1F31) caiu 0,33%, a 13,595%. Já os contratos mais estendidos, como o DI para janeiro de 2032 (BMF:DI1F32) e o DI para janeiro de 2033 (BMF:DI1F33), tiveram quedas de 0,22% e 0,15%, respectivamente. Esses prazos mais longos são tradicionalmente os mais sensíveis ao ambiente fiscal e às incertezas políticas, e o movimento de baixa indica uma leve melhora na percepção de risco país.

A melhora na curva de juros foi sustentada por um contexto de menor pressão inflacionária e sinais de moderação no discurso do Federal Reserve, que reforçaram a expectativa de manutenção das taxas nos Estados Unidos até o fim do ano. Internamente, a divulgação de dados fiscais e o desempenho favorável da arrecadação ajudaram a aliviar a percepção de risco sobre as contas públicas, o que favoreceu especialmente os vértices mais longos. Analistas destacam que, embora o ambiente ainda seja de cautela, o mercado começa a precificar um cenário de estabilidade monetária em 2025, com foco maior no equilíbrio fiscal do governo.

Para acompanhar em tempo real todas as taxas, vencimentos e movimentações do DI Futuro, o investidor pode acessar a página dedicada da ADVFN em: https://br.advfn.com/futuros/juros, onde é possível visualizar a curva de juros completa e consultar o comportamento diário de cada contrato.