Curva de juros registra alta em todos os vértices; contratos de curto e longo prazo refletem cautela do mercado diante de cenário externo e político.
Nesta quarta-feira (29/10/2025), o mercado de juros futuros brasileiro registrou um dia de alta generalizada na curva de juros, com todos os vértices da curva de juros exibindo valorização. O movimento reflete cautela diante das incertezas no cenário internacional, especialmente após o discurso do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, e também por fatores domésticos relacionados à política fiscal e à inflação. O sentimento do mercado oscilou entre alívio inicial com os cortes de juros nos EUA e apreensão quanto à continuidade das medidas monetárias externas e internas.
Os destaques positivos da sessão ficaram com os contratos com vencimento em janeiro de 2032 (BMF:DI1F32) e contratos com vencimento em janeiro de 2033 (BMF:DI1F33), que avançaram 0,74%, fechando em 13,575% e 13,625%, respectivamente. Entre os vértices mais curtos, o contrato com vencimento em janeiro de 2027 (BMF:DI1F27) teve alta de 0,29%, finalizando em 13,86%. Por outro lado, o vértice de janeiro de 2026 (BMF:DI1F26) manteve-se estável, encerrando a sessão em 14,894%, indicando menor sensibilidade das taxas mais curtas a fatores externos no pregão.
Nos contratos de curto e médio prazo, os mais negociados foram os vencimentos em janeiro de 2026 (BMF:DI1F26) e janeiro de 2027 (BMF:DI1F27), com volumes de 259.116 e 746.834 contratos, respectivamente. Esses vértices da curva de juros continuam sendo os mais líquidos do DI Futuro, servindo como referência para operações de hedge e precificação de crédito no mercado local.
Entre os contratos de longo prazo, os vencimentos de janeiro de 2028 (BMF:DI1F28) e janeiro de 2029 (BMF:DI1F29) registraram movimentações relevantes, com volumes de 496.909 e 224.116 contratos. Esses vértices são os mais sensíveis a fatores fiscais e políticos, refletindo o efeito das perspectivas sobre dívida pública, leilões de títulos e confiança no ajuste fiscal. O movimento de alta nessas pontas indica que investidores demandam prêmio maior para se expor ao risco de longo prazo.
O mercado doméstico reagiu também ao cenário externo. O corte de 0,25 ponto percentual pelo Federal Reserve, para a faixa entre 3,75% e 4,00% ao ano, trouxe inicialmente otimismo, mas a cautela prevaleceu após o discurso de Jerome Powell. O presidente do Fed ressaltou que cortes adicionais não estão garantidos, citando riscos sobre o mercado de trabalho e potenciais impactos da paralisação do governo, elevando a percepção de risco global e pressionando as taxas do DI Futuro para cima.
Além do cenário externo, fatores internos também impactaram o mercado de juros. A inflação recente, os leilões de NTN-Bs pelo Tesouro e discussões sobre política fiscal mantêm a curva de juros brasileira em trajetória ascendente, com os vértices longos reagindo com maior intensidade. O efeito combinado desses elementos reforça a volatilidade nos próximos pregões, mantendo investidores atentos a novos indicadores econômicos e movimentos do dólar.
Investidores podem acompanhar em tempo real a curva de juros e todos os vencimentos do DI Futuro na página da ADVFN, acessando: https://br.advfn.com/futuros/juros.