Bastidores da aprovação do IR: Lula acionou ministros do Centrão e garantiu votação unânime na Câmara. Vitória política e econômica para o Planalto.

Nos bastidores, a aprovação da isenção do IRPF teve forte articulação política. O presidente Lula mobilizou ministros do Centrão, como Celso Sabino (Turismo) e André Fufuca (Esportes), para assegurar apoio em plenário.

Ambos circularam no Congresso em busca de votos e participaram das negociações com líderes partidários. O esforço refletiu a importância da medida para o governo, que encara o projeto como vitrine eleitoral para 2026.

Segundo aliados, Lula fez questão de manter no governo até mesmo ministros pressionados por suas legendas. O cálculo político era simples: em uma pauta de apelo popular, era preciso garantir a união da base.

No fim, o medo da repercussão negativa nas ruas foi determinante. Nenhum deputado quis ficar marcado como contrário ao aumento da faixa de isenção.

A ausência de 18 parlamentares não mudou o resultado: o placar final foi unânime, com 493 votos favoráveis. Entre os ausentes, alguns justificaram com viagens, outros com problemas de saúde.

A oposição, que em outras pautas tem buscado desgastar o governo, preferiu não enfrentar o tema. Deputados do PL e do Novo admitiram reservadamente que votar contra seria “suicídio político”.

Para o Planalto, a votação representa uma vitória política além da econômica. “Foi a prova de que, em algumas pautas, governo e Congresso conseguem caminhar juntos”, disse um ministro petista.