Os mercados globais abrem a semana com tom positivo nesta segunda-feira (20/10), refletindo o avanço dos índices futuros dos Estados Unidos e a recuperação das bolsas asiáticas após novos sinais de alívio nas tensões comerciais entre Washington e Pequim. A expectativa de uma retomada nas negociações entre Donald Trump e Xi Jinping trouxe ânimo aos investidores, que monitoram também o comportamento da economia chinesa e o noticiário geopolítico no Oriente Médio.
Nos Estados Unidos, os futuros do Dow Jones (+0,26%), S&P 500 (+0,34%) e Nasdaq (+0,44%) operam em alta, impulsionados pelo otimismo de que as duas maiores economias do mundo possam avançar em um acordo comercial até o final do mês. O presidente americano Donald Trump afirmou na sexta-feira que “as conversas estão progredindo bem” e que espera se reunir com Xi Jinping na Coreia do Sul nas próximas semanas, em um gesto visto como conciliador após meses de atritos.
Na Ásia, os principais índices encerraram o pregão desta segunda em alta expressiva. O Nikkei japonês saltou 3,37%, liderando os ganhos regionais e refletindo a recuperação do iene frente ao dólar. O Hang Seng de Hong Kong subiu 2,42%, enquanto o Shanghai SE avançou 0,63%, reagindo à divulgação do PIB chinês do terceiro trimestre, que mostrou desaceleração do crescimento de 5,2% para 4,8% na comparação anual. Apesar do resultado mais fraco, o mercado recebeu bem a decisão do Banco Central da China (PBoC) de manter as taxas de juros estáveis, reforçando a percepção de estabilidade monetária.
O desempenho positivo se estendeu à Europa, onde o sentimento de otimismo prevalece. O índice STOXX 600 sobe 0,66%, acompanhado por altas de 1,01% no DAX alemão e 1,17% no FTSE MIB da Itália. O FTSE 100 de Londres e o CAC 40 francês avançam 0,47% e 0,36%, respectivamente. Investidores europeus seguem atentos à temporada de balanços corporativos e às expectativas para o CPI dos Estados Unidos, que será divulgado na sexta-feira — um dos poucos indicadores liberados durante o atual shutdown do governo americano, que já dura 20 dias.
Nas commodities, o petróleo opera em leve queda, refletindo preocupações com a demanda global. O WTI recua 0,59%, sendo negociado a US$ 57,20, enquanto o Brent perde 0,60%, a US$ 60,92 o barril. O minério de ferro na bolsa de Dalian também recuou 0,58%, cotado a 767 iuanes (cerca de US$ 107,62), acompanhando o ajuste de preços após ganhos recentes.
Entre os criptoativos, o Bitcoin mostra força e sobe 2,29%, sendo negociado a US$ 111.496,00, impulsionado pelo enfraquecimento momentâneo do dólar e pelo aumento da busca por ativos alternativos. O movimento reflete o apetite por risco em meio a uma melhora temporária no clima geopolítico e à perspectiva de novos estímulos econômicos.
No cenário doméstico, o destaque do dia fica para o anúncio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que deve lançar nesta segunda-feira um programa de crédito facilitado para reforma de casas populares, voltado à dinamização do setor de construção civil e ao incentivo ao consumo das famílias de baixa renda. O mercado observa com atenção o impacto fiscal da medida e seus possíveis efeitos sobre a inflação e a política monetária.
Ainda no Brasil, os investidores acompanham o comportamento dos juros futuros e a expectativa para a divulgação do IPCA-15, marcada para sexta-feira (24/10). O dado servirá como termômetro para as apostas sobre os próximos passos do Banco Central, em meio ao debate sobre a trajetória da Selic.
Apesar do tom mais positivo nesta segunda-feira, o cenário global segue desafiador. O prolongamento do shutdown americano, as incertezas no Oriente Médio — após nova violação do cessar-fogo entre Israel e Hamas — e os sinais de desaceleração na China continuam no radar. Para os investidores, o momento exige cautela e monitoramento constante dos próximos eventos políticos e econômicos que poderão definir o rumo dos mercados nos próximos dias.
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